O Governo sul-africano vai enviar 25 mil soldados para as ruas após dias de saques e violência generalizados.
A ministra da Defesa, Nosiviwe Mapisa-Nqakula, disse ter apresentado um pedido de envio de 25 mil soldados para as duas províncias atingidas pela violência - KwaZulu-Natal, onde fica Durban, e Gauteng, que inclui Joanesburgo.
Cerca de 72 pessoas morreram e mais de 1.700 foram detidas desde a que a prisão do ex-presidente Jacob Zuma gerou a pior agitação do país em anos.
Os motins violentos, saques e intimidação, que começaram na quinta-feira na província litoral do KwaZulu-Natal, prosseguem pelo oitavo dia consecutivo apesar da presença do Exército no reforço aos meios policiais nas últimas 24 horas.
Na quarta-feira o Governo destacou 2.500 militares para apoiar a polícia a conter os distúrbios na província de origem de Zuma, KwaZulu-Natal, assim como em Gauteng, o motor da economia do país, mas os protestos estendem-se a várias outras cidades da África do Sul, nomeadamente à Cidade do Cabo, onde vivem mais de 30.000 portugueses.
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa está a ser pressionado para declarar o estado de emergência no país, enfrentando críticas de vários quadrantes pela "demora" e "incapacidade" do Governo e das forças de segurança em restaurar a lei e ordem na África do Sul.
Vários órgãos de comunicação social sul-africanos relataram que a população civil se armou com armas de fogo, alguns até com espingardas automáticas e semiautomáticas, bloqueando acessos a bairros e montando "postos de controlo" para proteger negócios, residências e comunidades.
O abastecimento de alimentos e combustível em partes de Joanesburgo começou a escassear no final de terça-feira.
Os incidentes de violência, saques e intimidação, alastrram agora desde o Cabo do Norte à província de Mpumalanga, vizinha a Moçambique, segundo a polícia sul-africana.
Pelo menos 20 estabelecimentos de portugueses saqueados na África do Sul
O presidente da Federação das Associações Portuguesas na África do Sul revela que já foram saqueados, pelo menos, 20 estabelecimentos de portugueses na África do Sul.
Alexandre Santos diz que a comunidade portuguesa está preocupada com a resposta do Governo aos motins.