O Presidente turco, Recep Erdogan, admitiu esta segunda-feira o lançamento de uma "operação terrestre" na Síria, um dia após uma série de ataques aéreos contra posições curdas na Síria e no Iraque e vários ataques com foguetes em solo turco.
"Não há dúvida de que esta operação se limitará apenas a uma operação aérea", esclareceu o chefe de Estado aos jornalistas turcos que o acompanharam no regresso do Qatar, onde assistiu à abertura do Campeonato do Mundo de Futebol.
A série de ataques aéreos que mataram cerca de 30 pessoas no domingo na Síria foi lançada como retaliação ao ataque que matou seis pessoas a 13 de novembro em Istambul, atribuído por Ancara a "terroristas" curdos.
"As unidades competentes, o nosso Ministério da Defesa e o nosso Estado-Maior decidirão em conjunto sobre o poder que deve ser aplicado pelas nossas forças terrestres", declarou o Presidente turco.
"Já avisámos: vamos fazer pagar aqueles que nos perturbam no nosso território", ameaçou Erdogan.
Na noite de domingo e na manhã de hoje, foguetes da Síria atingiram a fronteira e o território turco, matando um total de três pessoas e ferindo quase 15.
Sobre operação "Garra da Espada" lançada no domingo contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e contra as Unidades de Defesa do Povo (YPG), o Presidente esclareceu que o ataque "foi realizado por 70 aviões e drones".
Erdogan também assegurou que não teve "nenhuma conversa" com o Presidente dos EUA, Joe Biden, ou com o homólogo russo, Vladimir Putin, sobre a operação.
Os Estados Unidos apoiam as YPG no nordeste da Síria contra os movimentos jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI), enquanto a Rússia apoia milícias pró-regime na mesma região.