A Comissão Europeia (CE) ameaça Elon Musk com sanções e quer que o dono da Tesla e do Twitter preste declarações no Parlamento Europee (PE).
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, enviou a Elon Musk uma carta a pedir-lhe para testemunhar perante o corpo legislativo da UE, anunciou segunda-feira o seu porta-voz.
Desde que comprou a rede social, em outubro deste ano, por 44 mil milhões de dólares, Musk tem sido alvo de controvérsia. Depois de despedir metade do pessoal da empresa, de repor a conta do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, de abandonar uma política contra a desinformação na covid-19, de proibir - e depois repor - alguns jornalistas e de bloquear brevemente referências a plataformas rivais no Twitter, atraiu a atenção dos responsáveis políticos nos Estados Unidos e na Europa.
A Comissão Europeia alertou Musk para o risco de "sanções" da União Europeia (UE) devido à ameaça que representa para a liberdade dos meios de comunicação social.
O preço das ações do Twitter baixou um terço desde que Musk comprou a plataforma e uma sondagem nesta rede social sobre a sua continuidade na empresa revelou que a maioria (57,5%) dos utilizadores defende a sua partida.
Musk disse que os resultados da sondagem seriam "vinculativos", mas após onze horas, ainda não oficializou a sua partida nem nomeou um novo chefe executivo e tão pouco se pronunciou sobre os resultados.
Além disso, esta terça-feira, o seu relato - geralmente hiperativo - permaneceu em silêncio, e só ao fim da tarde é que retocou algumas mensagens não relacionadas com a sondagem e sem mencionar a direção que a rede vai tomar.
Quase imediatamente após o lançamento da sondagem, Musk escreveu, com uma suposta ironia, um provérbio: "Cuidado com o que desejas, porque podes acabar por o obter". Depois, advertiu qualquer pessoa interessada em tomar as rédeas do Twitter que para isso é preciso "gostar realmente da dor".
A imprensa de todo o mundo divulgou os resultados da sondagem nas suas primeiras páginas, não ousando especular sobre o futuro imediato e recordando a imprevisibilidade do bilionário que, na semana passada, perdeu a sua posição como o homem mais rico do mundo para o francês Bernard Arnault, chefe executivo do grupo de bens de luxo LVMH.
O Twitter, não só não recuperará essas perdas, como está "acelerado até à bancarrota". Esta não é a primeira sondagem do magnata desde que tomou as rédeas da rede social.