Volodymyr Zelensky viajou esta quarta-feira para o Reino Unido onde se reunirá com o primeiro-ministro Rishi Sunak, para discutir temas como o envio de armamento e sanções à Rússia por parte do Governo britânico, acredita o comentador da SIC. Germano Almeida analisa ainda o futuro do conflito militar e que tipo de apoio a Ucrânia mais necessita atualmente.
Esta é apenas a segunda vez que o Presidente ucraniano sai do seu país desde o início da guerra. Após ter já visitado os Estados Unidos, Zelensky desloca-se agora a terras de Sua Majestade, uma visita “que faz todo o sentido”, visto que o Reino Unido “é o segundo principal aliado da Ucrânia”, afirma o comentador.
"Zelensky mostra que ao estar primeiro com o primeiro-ministro Sunak vê, a seguir aos Estados Unidos, o Reino Unido, e antes da União Europeia, como os aliados fundamentais", aponta.
Germano Almeida refere também que esta visita “acaba por beneficiar” o Governo de Rishi Sunak, na medida em que Londres tem mais uma hipótese para assumir a “liderança internacional” no seio dos aliados de Kiev.
Este encontro, acredita o comentador, pode ser fundamental para “sarar algumas feridas” entre o Reino Unido e a Europa após o Brexit, já que ao aproximar-se da Ucrânia vai ao encontro do que a União Europeia tem também feito.
O que deverá ser discutido?
Londres já doou ao Governo ucraniano cerca de 4,5 mil milhões de euros, desde fevereiro de 2022. Esta reunião, que acontece ainda hoje, terá ainda o intuito de abordar o envio de mais apoios e material bélico britânico para Ucrânia e ainda a formação de militares ucranianos por parte das forças britânicas, perspetiva o comentador.
Zelensky deverá, ainda esta semana, deslocar-se a Bruxelas para participar numa cimeira do Conselho Europeu. Esta visita do chefe de Estado ucraniano “não deveria ter sido divulgada com tanta antecedência” por questões de segurança, atira Germano Almeida.
Que materiais mais necessitam as forças ucranianas?
O comentador da SIC aponta caças de quarta geração e munições e artilharia “com maior capacidade para atacar em maior profundida” como os materiais de que as tropas de Kiev mais carecem neste momento.
Explica ainda que , dado o momento atual do conflito, a dúvida que se coloca é “se a Ucrânia resiste na frente leste e sul”, locais onde tem enfrentado maiores dificuldades.
Rússia prepara grande mobilização
Dificuldades que poderão ser agravadas nos próximos meses, uma vez que a Rússia estará a preparar uma mobilização de meio milhão de soldados.
Apesar do poderio russo e da clara superioridade em termos humanos, o exército russo, nos últimos meses, avançou apenas “umas centenas de metros na frente de batalha” e poderá ter sofrido, várias vezes, faltas de munições, por culpa da “incompetência e de erros estratégicos”, afirma Germano Almeida.
O comentador vinca ainda que a UE irá continuar a aplicar sanções à Rússia, focadas, essencialmente, na capacidade russa de construção de material militar.