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Correspondente SIC

"Não temos as mesmas oportunidades": França discute discriminação após protestos

Um relatório do Ministério do Trabalho francês de 2022 deu conta de que quem tem um nome tradicionalmente do norte de África, tem menos 50% de hipóteses de ser contratado do que alguém com um nome europeu.

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A exclusão social continua a ser um tema em discussão em França. A morte do jovem de Nahel motivou o descontentamento e os protestos nas ruas francesas. Cerca de 4.000 pessoas, com uma média de idades de 17 naos, foram detidas na última semana. Os descendentes de imigrantes dizem que o mercado de trabalho pode explicar a revolta nas ruas.

Woippy, nos arredores de Metz, no oeste de França foi, em tempos, uma localidade com indústria, mas que se foi perdendo.

Desde os anos 60, a pobreza cresce como têm crescido os blocos de apartamentos para onde têm sido empurrados muitos imigrantes, sobretudo vindos das antigas colónias francesas.

Há quem associe a exclusão social à violência que só nesta vila de 14.000 pessoas deixou um rasto de muita destruição.

A população tem ajudado nas limpezas. Já a autarquia, não percebe este grau de hostilidade dado a quantidade de dinheiro investido para fornecer infraestruturas às famílias mais desfavorecidas.

O problema aqui, dizem os habitantes, é mesmo terem uma origem estrangeira e muitos veem-se obrigados a abandonar França para conseguir uma oportunidade de trabalho.

Um relatório do Ministério do Trabalho francês, o ano passado, deu conta de que quem tem um nome tradicionalmente do norte de África, tem menos 50% de hipóteses de ser contratado em França do que alguém com um nome europeu.