Seis dias depois do sismo, a ajuda está finalmente a chegar a todo o território afetado. Uma das equipas de enviados da SIC ao país, composta por Conceição Ribeiro e Luís Silva, faz notar que nesta altura encontrar sobreviventes é cada vez mais uma miragem.
"Por esta altura só mesmo um milagre poderá fazer com que alguém seja resgatado vivo" dos escombros começa por dizer a jornalista, que cita o responsável dos Bombeiros sem Fronteiras espanhol. Nesta altura da manhã, essa mesma corporação prepara-se para abandonar Marraquexe, onde os enviados da SIC se encontram, e regressar a Espanha.
A repórter da SIC conta que estes bombeiros decidiram abandonar o país uma vez que nada têm encontrado para além de morte. Explica ainda que os aluimentos de terras, em adição às derrocadas, pioram o cenário para os eventuais sobreviventes.
"Ao sexto dia, os bombeiros consideram que já não há grandes hipóteses de encontrar pessoas com vida, aliás, nos últimos três dias não têm sido resgatadas pessoas com vida, apenas cadáveres e, daí, esta equipa espanhola ter desistido ao sexto dia", afirma.
Críticas à gestão da catástrofe aumentam
Conceição Ribeiro menciona que as críticas internas ao rei de Marrocos adensam-se, depois de o mesmo não ter dito sim a mais ajuda internacional. Recorde-se que, até ao momento, apenas quatro países - Inglaterra, Espanha, Qatar e Emirados Árabes Unidos - foram autorizados a enviar ajuda humanitária para a nação afetada pelo abalo da última sexta-feira, apesar de muitos outros países, incluindo Portugal, terem feito saber que estão dispostos a ajudar.
A justificação para este parecer prende-se com o facto de as estradas de acesso à cordilheira do Atlas, onde Marrocos está localizado, serem bastante estreitas. No entender do rei do país, muitas equipas de resgate apenas iriam atrapalhar as operações, explica a jornalista da SIC.
O sismo que afetou a nação africana matou, de acordo com os mais recentes balanços, cerca de 2.900 pessoas e provocou mais de 5.500 feridos. Para além dos danos e perdas humanas, a catástrofe natural deixou um rasto de destruição em boa parte do país.