Germano Almeida, comentador da SIC, destaca que, neste momento, a principal preocupação dos Estados Unidos no conflito Israel-Palestina é a entrada do Irão na guerra. Defende ainda que a ofensiva terrestre é uma situação imprevisível e que o risco reputacional contra Israel pode "agravar-se muito mais".
Para o comentador da SIC, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está preocupado em assegurar a continuação do fluxo dos corredores humanitários e em garantir que Israel não avança com a operação terrestre sem a questão dos reféns resolvida. Nesse sentido, estará a convencer Israel a adiar a ofensiva, aponta.
Ao 17.º dia de conflito, os EUA já vieram garantir que os camiões com ajuda humanitária vão continuar a entrar em Gaza. Sobre a libertação dos reféns, a administração Biden diz que é preciso mais tempo para negociar.
No entanto, Germano Almeida destaca que a "grande preocupação americana" neste momento é a possível entrada do Irão na guerra.
"A administração Biden está a levar a sério uma ameaça da entrada direta do Irão na guerra e, por isso, está a fazer de tudo para evitar o alastramento regional", afirma.
Sobre a Cimeira da Paz, realça que os países europeus reconhecem o "direito de Israel de responder, mas com proporcionalidade". No entanto, indica, os países árabes "nem isso reconheceram".
“Israel está numa situação difícil. Tem de reagir, mas não fazemos a mínima ideia do que vai acontecer a partir do momento em que há uma operação terrestre. É uma aventura muito perigosa, imprevisível. Israel sabe que se vai meter num atoleiro em que vai aumentar muito o número de mortos dos dois lados. O risco reputacional contra Israel pode agravar-se muito mais", refere.
Na Edição da Manhã da SIC Notícias, Germano Almeida lembra ainda que há já uma tragédia humanitária, com hospitais em rutura.
“Não é só uma questão de água e comida, é também com combustível, essencial para a manutenção nos hospitais. É uma situação trágica”.