Nos subúrbios de Paris, marcados pela forte imigração, teme-se que a extrema-direita chegue ao Governo nas eleições do fim do mês. O capitão da seleção francesa até lançou um apelo aos eleitores. No relvado onde Mbappé começou a jogar, a diferença continua a fazer a força.
As palavras de Mbappé ecoam em Bondy, onde cresceu, a 20 quilómetros a nordeste de Paris. 60% dos habitantes não votaram nas Europeias.
"Todos nos sentimos excluídos. Os jovens e as famílias não sentem que são ouvidos. Mas isso existe há vários anos. Não é algo recente", disse, à SIC, Mourad Satli, diretor desportivo da AS Bondy.
Nesse campo, há o sonho para muitos: seguir as pisadas de Mbappé. Mas, há um grande receio de que o estigma cresça, tornando-se esse o maior entrave.
"Há o receio das palavras que serão usadas, de dizerem que os estrangeiros não devem estar aqui. Para mim, isso é exclusão. Quando temos uma cor de pele diferente, ou uma religião diferente, colocam-nos logo um rótulo e isso é terrível. Os jovens dos subúrbios também querem singrar na vida, também querem poder estudar e ser considerados franceses de pleno direito, pois é o que eles são", acrescentou Mourad Satli.
Em terras como esta de Mbappé, onde grande parte dos habitantes são oriundos da imigração, paira a dúvida de como será a França se chegar ao poder o partido de extrema-direita que até há bem pouco tempo garantia a proibição da dupla nacionalidade.
De França à Alemanha, resultados na Europa dão força à extrema-direita