As autoridades de saúde deram como extinto o surto de legionella, no Grande Porto, que causou a morte a 15 pessoas. A origem do surto é ainda desconhecida. Falta também regulamentar a lei da legionella, que prevê a fiscalização de três em três anos dos equipamentos com torres de refrigeração.
A primeira vítima mortal foi Carlos Silva. de 85 anos. Morreu a 7 de novembro com uma pneumonia causada pela bactéria da legionella. Ainda hoje, a família não sabe como apanhou a doença.
As autoridades de saúde dizem que o surto que afetou os concelhos de Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim está extinto. Sublinham que 11 dos 88 casos estavam também infetados com covid-19 e que o foco de contaminação continua desconhecido.
As torres da Longa Vida foram encerradas a 11 de novembro, 13 dias depois do primeiro caso ter sido identificado e quando já tinham morrido sete pessoas. Para o especialista da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, José Luís Alexandre, a perda de tempo foi fatal.
“Descobrir que há um foco, imediatamente – imediatamente, não é amanhã… imediatamente – tem que se deslocar uma equipa de técnicos a estes pontos potencias e executar as medidas que são previstas na lei, que é recolha e análise. Sendo uma zona onde são identificados pontos possíveis é imediatamente encerrar”, explicou o especialista à SIC.
Foram ainda contactadas cinco entidades, a quem compete a fiscalização, para saber quantas inspeções fizeram e quantas coimas foram aplicadas. Nenhuma avançou com números.
A Entidade Reguladora da Saúde esclarece que a lei existe, mas não foi regulamentada pelo Governo. Ou seja, na prática a lei não está a ser aplicada e não há, por isso, uma efetiva fiscalização.
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