Manuel Pinho só vai dar explicações ao país sobre o dinheiro que terá recebido do BES durante o período em esteve no Governo quando houver uma acusação formal no processo. A garantia foi dada à SIC pelo advogado do antigo ministro da Economia, que volta a criticar a justiça por obrigar Manuel Pinho a prisão domiciliária.
10 milhões de euros era o valor da caução que o procurador do Ministério Público pretendia que Manuel Pinho pagasse para evitar a pulseira eletrónica e a prisão domiciliária, uma quantia que o juiz Carlos Alexandre entendeu ser exagerada, baixando essa fiança milionária para os 6 milhões, um valor ainda assim histórico em Portugal e inalcançável, diz o advogado, para os bolsos do antigo Governante, agora preso em casa..
10 anos depois do início das investigações, Manuel Pinho não deu explicações ao país sobre os milhões de euros que terá recebido de forma ilícita do Grupo Espírito Santo através de offshores durante o período em que foi ministro da Economia.
No despacho do juiz Carlos Alexandre, a que a SIC teve acesso, pode ler-se que Manuel Pinho está fortemente indiciado por ter recebido vantagens patrimoniais do GES e da EDP através de um alegado pacto oculto com os outros arguidos Ricardo Salgado e António Mexia.
Dizem os procuradores do DCIAP, num despacho com mais de mais de 370 páginas, que, segundo a investigação, Manuel Pinho terá recebido mais de 5 milhões de euros.
O Ministério Público diz que existe um risco sério de continuação da dissipação do património que foi ilicitamente conseguido e se encontra oculto e em parte incerta fora de Portugal.
No despacho, pode ler-se ainda que o ex-ministro, quando se apresentou no último interrogatório e foi revistado, não tinha qualquer cartão de crédito e débito com "medo de que o MP conheça onde se encontram localizadas as quantias monetárias de que dispõe".
Certo é que Manuel Pinho está detido em casa, com a GNR à porta até lhe ser colocada uma pulseira eletrónica.
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