O tribunal de Verulam, Durban, rejeitou hoje libertar João Rendeiro sob caução, como pedia a defesa, enquanto decorre o processo de extradição pedida pelas autoridades portuguesas à África do Sul.
O antigo presidente do BPP vai permanecer em detenção provisória ao abrigo da convenção europeia de extradição de que Portugal e África do Sul são signatários, correndo agora o primeiro prazo de 12 dias para devida provisão do processo na África do Sul.
“Se não respeita processos judiciais em Portugal porque iria respeitar na África do Sul", disse o magistrado sul-africano Rajesh Parshotam na leitura da sua decisão.
O magistrado argumentou que João Rendeiro “saiu de Portugal, logo que esgotou possibilidades de recursos na justiça, para evitar prisão"
"Ele [João Rendeiro] é um fugitivo, contra as ordens dos tribunais" referiu o magistrado, sublinhando: "Se não respeita processos judiciais em Portugal porque iria respeitar na África do sul".
O magistrado adiantou que o ex-banqueiro “quase de certeza que fugiria" caso fosse libertado agora.
"Libertá-lo não seria pelo interesse da justiça, nem aqui nem em Portugal", acrescentou.
A defesa de Rendeiro já anunciou antecipadamente que neste cenário vai recorrer da decisão de ser negada a liberdade.
A próxima sessão está marcada para 10 de janeiro.
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