País

PCP, CDS e IL reagem ao discurso de Rui Rio no encerramento do 39.º Congresso do PSD

Octávio Augusto, membro da Comissão Politica do PCP, alerta que "tudo se encaminha" para "reabilitar o bloco central de interesses".

PCP, CDS e IL reagem ao discurso de Rui Rio no encerramento do 39.º Congresso do PSD
ESTELA SILVA

O PCP lamentou este domingo que as "questões concretas" do povo e dos trabalhadores tenham "passado ao lado" no encerramento do Congresso do PSD e alertou que "tudo se encaminha" para "reabilitar o bloco central de interesses".

"Lamentamos que no encerramento deste congresso as questões concretas do povo, dos trabalhadores e do país tenham passado ao lado", criticou o representante do PCP no 39.º Congresso do PSD, que decorreu em Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro.

Loading...

Segundo Octávio Augusto, membro da Comissão Politica do PCP, a reunião dos sociais-democratas foi uma "operação de limpeza para colocar o conta-quilómetros a zero", esquecendo o passado governativo mais recente do partido.

"Como se não tivéssemos tido a experiencia recente com o primeiro-ministro Passos Coelho, com o CDS no Governo, cortes, encerramento de tribunais, liquidação de direitos, um conjunto de aspetos que os portugueses, com certeza, não se vão esquecer", enumerou.

Sobre entendimentos entre PS e PSD, Octávio Augusto referiu que "tudo se encaminha, ouvindo dirigentes do PSD, ouvindo dirigentes do próprio PS com as mais altas responsabilidades, para ambos estarem disponíveis para reabilitar o chamado bloco central de interesses que de má memória tem para a vida dos portugueses".

O PCP salientou ainda que os resultados das eleições de 30 de janeiro vão ser preponderantes para o equilíbrio político.

"A força que a CDU vai conseguir obter nas eleições do dia 30 de janeiro será decisiva para o rumo que o país vai ter nos próximos tempos e que a CDU é, de facto, a vacina mais eficaz para contrapor à politica de direita, à alternância dos mesmo do costume", defendeu.

CDS e IL consideram que falta "ímpeto reformista" a sociais-democratas

O CDS e a Iniciativa Liberal consideraram este domingo que falta "ímpeto reformista" ao PSD, com os liberais a afirmarem que querem "mudar o rumo do país" e os centristas a apelarem ao voto dos "portugueses que querem uma alternativa".

Após assistir à sessão de encerramento do 39.º Congresso do PSD, que terminou com um discurso de Rui Rio, a cabeça de lista do CDS pelo Porto às legislativas e membro do Conselho Nacional, Filipa Correia Pinto, afirmou que ficou claro que o "ímpeto reformista que o PSD quer trilhar para as próximas eleições está solteiro".

"Não se percebe se o Dr. Rui Rio pretende implementar estas reformas com colaboração e uma coligação com o PS, ressuscitando o antigo chamado Bloco Central, ou pelo contrário prefere fazer essas reformas à direita com o seu parceiro de sempre", salientou.

Loading...

Correia Pinto disse assim que os "portugueses que querem uma verdadeira alternativa, "que estão cansados de socialismo" e que se apercebem que "o momento de mudança chegou" só "têm um voto verdadeiramente seguro, que é o voto no CDS".

"É o único que garante que o PSD, se ganhar as eleições, governa à direita e não à esquerda", salientou.

Falando em nome de uma delegação centrista também composta pelo vice-presidente Miguel Barbosa e pelo membro da Comissão Política Nacional Adriano Santos, Filipa Correia Pinto rejeitou que o facto de o presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, não se ter deslocado ao congresso social-democrata possa ter uma leitura política.

"O PSD é como se sabe um parceiro histórico do CDS, com quem o CDS tem relações privilegiadas muito antigas, e por quem tem imenso respeito, e não é sinal de menor respeito a circunstância de o presidente do partido hoje não ter aqui vindo, muito pelo contrário", afirmou, justificando a ausência de Rodrigues dos Santos com os "momentos agitados na vida dos partidos", que se encontram em pleno "processo de elaboração de listas".

Pela Iniciativa Liberal, o tesoureiro Bruno Mourão Martins também salientou que, no congresso democrata, notou-se que "faz falta o espírito reformista" que o seu partido propõe para "efetivamente fazer crescer Portugal e mudar Portugal", assegurando que o "voto útil no próximo dia 30 de janeiro é na Iniciativa Liberal".

"A IL quer mudar o rumo do país e, se quer mudar o rumo do país, está disponível para que sejam implementadas medidas reformistas que façam essa mudança, não está disponível para medidas que haja mudança de cores em que as políticas são as mesmas", apontou.

Loading...