Os sindicatos dos trabalhadores da TAP dizem que a saída de Alexandra Reis do Governo é tardia e que a presidente da companhia aérea também deveria ser responsabilizada pela polémica indemnização.
Para os trabalhadores da TAP, a saída de Alexandra Reis não foi uma surpresa, uma vez que era apenas uma questão de tempo. O problema, dizem, está nas questões que ficaram até agora sem resposta.
Questões essas que passam desde logo por aspetos importantes sobre a indemnização, o valor e o modo de pagamento.
“Havia um teto máximo de 250 mil euros para os trabalhadores do grupo TAP. Por que é que a Doutora Alexandra Reis teve uma indemnização de 500 mil [euros]? De que forma é que foi pago, porque para os restantes trabalhadores do grupo TAP tudo o que era acima de 50 mil [euros] era pago em tranches, todos os anos pagava-se uma tranche”, questiona Ricardo Penarroias do Sindicato Nacional Pessoal de Voo da Aviação Civil.
A par do valor, os trabalhadores dizem que a mentira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) sobre as razões da saída de Alexandra Reis é igualmente grave. Responsabilizar apenas a secretária de Estado é “insuficiente”.
“Há dois membros, um executivo e um não executivo que é a CEO, que é quem faz a carta à CMVM e o ”chairman" , nomeado pelo Governo, o Doutor Manuel Beja. Estas duas figuras, digamos assim, são altamente responsáveis", atira Tiago Faria Lopes do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil.
A porta de saída da TAP foi aberta pela empresa à ex-secretária de Estado, mas os motivos são ainda desconhecidos. Paulo Morais, presidente da Associação Frente Cívica, questiona o facto da relação entre a companhia aérea e Alexandra Reis se ter deteriorado no último ano.
Acrescenta que continuam a ser necessárias também explicações do ministro Pedro Nuno Santos.
“Ou explica muito bem o que se tem andado a passar na TAP ou não se pode manter na posição em que se encontra no Governo”