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"O Governo está esgotado": Nuno Melo defende a dissolução do Parlamento

Presidente do CDS-PP considerou ainda que os novos ministros são pessoas "sem currículo e sem experiência".

"O Governo está esgotado": Nuno Melo defende a dissolução do Parlamento

O presidente do CDS-PP considerou esta terça-feira que o Governo do PS está "esgotado e a desmontar-se às peças", insistindo que a "atual instabilidade política" deveria ser resolvida pelos portugueses nas urnas.

"O Governo está esgotado, o Governo desmonta-se às peças porque não é normal em nove meses de vida termos a substituição de 11 governantes", afirmou Nuno Melo aos jornalistas durante uma visita ao remodelado Mercado do Bolhão, no Porto.

Na opinião do centrista, o Governo está "refém de um círculo cada vez mais restrito dentro do PS de José Sócrates e da própria área de influência de Pedro Nuno Santos".

O Governo está, na opinião do líder centrista, a funcionar em "circuito fechado" mostrando que o PS "ainda não virou a página".

Novos ministros "sem currículo e sem experiência"

Segundo Nuno Melo, o primeiro-ministro, ao propor os atuais secretários de Estado João Galamba e Marina Gonçalves, respetivamente para as funções de ministro das Infraestruturas e de ministra da Habitação, optou por pessoas "sem currículo e sem experiência".

"E, nessa medida, não optando por pessoas com currículo e experiência, ao ponto de termos hoje João Galamba quando se tem que aplicar milhares de milhões num PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] que só está executado em 6% apesar de decorrido um terço do seu tempo de vida", afirmou.

O líder do CDS-PP vincou que o PRR é "absolutamente decisivo" e, apesar de mal desenhado, não deixa de ser uma oportunidade única na democracia portuguesa.

O que justificava que na sua aplicação tivesse "os melhores, mais capazes, os que têm mais currículo e mais experiência de vida", frisou.

"Sinceramente, olhando para João Galamba não vejo nada disso. Lamento imenso", opinou.

Defende a dissolução do Parlamento

É por tudo isto, sublinhou, que "faz todo o sentido" a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições antecipadas.

Nuno Melo insistiu que a "atual instabilidade política" deveria ser resolvida pelos portugueses nas urnas, afirmando acreditar que o tempo vai dar razão ao CDS-PP nesse capítulo.

Pedro Nuno Santos demitiu-se das funções de ministro das Infraestruturas e da Habitação na passada quarta-feira à noite para "assumir a responsabilidade política" do caso da indemnização de 500 mil euros paga pela TAP à ex-secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis.

A demissão de Pedro Nuno Santos foi a terceira ocorrida no Governo na última semana de dezembro e a 11.ª a atingir um membro do executivo socialista de maioria absoluta.

Já na segunda-feira, o primeiro-ministro recusou que haja uma crise na sua equipa governativa, contabilizando apenas dois casos com secretários de Estado e alegando que não se pode confundir "duas árvores" com a floresta.