As várias greves dos professores que decorrem escolas públicas estão a deixar os pais em sobressalto. Os encarregados de educação queixam-se das sucessivas faltas ao trabalho e de não terem onde deixar os filhos sem aulas.
A Federação Regional das Associações de Pais do Algarve exige que o Governo negocie com os professores e pede alternativas às escolas.
“Nós exigimos primeiro que o ministro da Educação tome medidas e que negocie com os professores porque o que os professores estão a pedir não é mais do que um direito que lhes assiste”, afirma Nuno Sousa, representante da federação.
Os pais consideram que é preciso “minimizar o impacto” das greves, sugerindo a possibilidade de se fazer uma “calendarização”, de forma a que “os pais consigam planear as suas folgas ou ausências ao trabalho”.
“Não havendo a opção de não ir trabalhar, os meninos precisam de ficar nas escolas. Nós falámos de serviços mínimos para garantir que temos uma escola onde as crianças possam ter acesso à biblioteca, ao bar e – muito importante aqui no Algarve e, também, no resto do país – o acesso a uma refeição quente. Para não ficarem em casa sem supervisão dos pais, porque os pais realmente precisam de ir trabalhar”, acrescenta.
Pais protestam à porta da escola em Gaia
Em Vila Nova de Gaia, os encarregados de educação organizaram um protesto para alertar dos impactos que a greve está a ter nas crianças. Sublinham que não são contra o protesto dos professores, mas identificam alguns problemas associados a esta forma de luta.
Na escola básica da Junqueira, o papel colocado no portão dá conta que a escola está encerrada. A avaliação é feita de hora a hora, o que faz com que as crianças tenham tido apenas uma hora de aulas por dia, da parte da tarde. A situação levanta problemas para os pais, mas também para os alunos.
“Pretendemos que olhem para o aspeto invisível, que são os miúdos, e que percebam que são eles que estão a sofrer. Mais do que os pais sãos as crianças. E o nosso interesse é que respeitem as crianças e toda a comunidade escolar”, afiram um dos pais em protesto.
O grupo que se juntou à porta da escola básica sublinha que esta manifestação não pretende ser contra a reivindicação dos professores. “Os professores fazem parte dessa comunidade escolar, devem ser respeitados como tal, devem ser incentivados e motivados”, afirma.
Alunos e funcionários juntam-se ao protesto dos professores no Pinal Novo
Na escola secundária do Pinhal Novo, no concelho de Palmela, o protesto dos professores contou também com a participação dos alunos e funcionários.
Dezenas de professores, funcionários e alunos juntaram-se na manhã desta quinta-feira à porta da estabelecimento de ensino, obrigando ao encerramento da escola.
Pedem mudanças ao Governo, desde logo na colocação dos professores e nas condições nas escola pública.