Subscritora do manifesto assinado por dezenas de juristas que defendem a constitucionalidade da lei em vigor, Dulce Rocha considera que a Constituição “é compatível” com a legislação atual porque, “logo no artigo 1.º não se fala apenas da dignidade humana", fala-se “numa sociedade justa e solidária”, o que “não é compatível com a crueldade dos animais”.
Em análise na SIC Notícias, a Procuradora da República agora jubilada mencionou também o artigo 9.º da Constituição que fala “da defesa do ambiente e natureza como tarefa fundamental do Estado”.
“Vamos considerar que a a natureza é só relva?”, questionou.
João Manzarra, apresentador e conhecido defensor dos direitos dos animais, disse que a manifestação de sábado refletiu “o espírito da sociedade civil”.
“Se eu disser que o meu cão, o Maravilha, faz parte da família ninguém reage com estranheza porque é assim que nos sentimos”, afirmou, acrescentando que muitas pessoas estão a ser absolvidas por crimes hediondos contra animais.
“Preocupa-me”, continuou. “Há ações humanas que exigem a nossa atenção. É importante identificar as pessoas que esfaqueiam, mal tratam e torturam animais.
Depois do protesto que juntou mais de 10.000 pessoas em Lisboa, Dulce Rocha considera que “ainda existe esperança porque os juízes também são sensíveis e não vão ficar indiferentes perante uma revolta tão grande".