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"Está abatida": a entrevista à mãe da jovem que esteve oito meses desaparecida

A rapariga esteve desaparecida durante oito meses. Foi encontrada pela Polícia Judiciária a cerca de 240 quilómetros de casa. A SIC conversou, em exclusivo, com a mãe de Luana.

"Está abatida": a entrevista à mãe da jovem que esteve oito meses desaparecida
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Desde o dia 30 de maio de 2022 que a mãe da jovem Luana desconhecia o paradeiro da filha de 16 anos. A angústia terminou esta terça-feira. A Polícia Judiciária (PJ) encontrou a jovem. Estava em Évora, bem de saúde mas a mais de duas centenas de quilómetros de casa. Na antena da SIC, Paula contou como foi o reencontrou oito meses depois.

Foi por volta das 19:00 desta terça-feira, 31 de janeiro, que Paula Pereira recebeu o telefonema que mais queria: “A PJ a dizer que já tinham encontrado a nossa filha”.

“Fomos de imediato para lá para ir buscar a nossa menina, ao fim de oito meses tínhamos muitas saudades. (…) Está bem mas um bocadinho cansada, abatida”, revelou a mãe ao programa Linha Aberta da SIC. Por isso, disse, “ainda não lhe perguntei nada de concreto. Vou deixá-la repousar um bocadinho, pôr as ideias no lugar, depois falamos. Aparentemente, está bem”.

A PJ indicou, no comunicado divulgado ontem, que “ foi possível identificar o suspeito e localizar a menor (…) na cidade de Évora, onde, a coberto de uma suposta relação amorosa, este a manteve em completo isolamento social durante oito meses, aproveitando-se da sua persistente e recorrente dependência de jogo online (…)”.

Uma tese que a mãe adiantou à SIC em julho do ano passado e que hoje, na entrevista exclusiva ao Linha Aberta, reiterou.

“O meu sobrinho conseguiu descobrir as mensagens. Foi transmitido de imediato à PJ e essa informação foi essencial porque conseguimos ver mensagens trocadas entre a minha menina e ele [e eram] um bocadinho amorosas. (…) Não li todas, [mas] ela tratava-o por amor. Ele não respondia em mensagem, só temos as mensagens da minha menina para ele, dele nada. Só se a PJ tiver”, diz.

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Nesta entrevista à SIC, Paula admitiu que perguntou à filha se tinha tido relações com o suspeito. Luana garantiu-lhe que não mas são necessários exames que o provem. A PJ já informou a mãe da jovem de que terá de ser feita “uma perícia para perceber se houve ou não ato sexual".

“Ela [Luana] diz que não, que não lhe tocou mas tem de haver uma prova. [Porque] pode ela estar a encobrir. A PJ informou-me que vai ser feito um exame para ver se houve ou não alguma coisa nesse aspeto. (…) Vai ser também acompanhada por um psicólogo e pela Segurança Social”, revelou.

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A história do desaparecimento de Luana

No manhã do dia 30 de maio de 2022, Luana Pereira saiu de casa para ir à escola. Despediu-se da mãe mas nunca mais foi vista.

Poucos dias depois, no programa Casa Feliz da SIC, a mãe Paula apelou a que a filha voltasse para casa. "Filha, se estiveres a ver isto, por favor diz alguma coisa ou volta para casa. O pai e a mãe estão muito angustiados. Volta filha, nós amamos-te muito”. Mas Luana nada disse.

Mais tarde, no final de julho, no programa Linha Aberta da SIC, a mãe Paula revelou mais pormenores e explicou o porquê de a adolescente estar sinalizada na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ). Durante a pandemia, a filha “faltava às aulas online”.

Garantindo que não notou nada de estranho no comportamento da filha, Paula disse não saber qual o motivo do desaparecimento mas admitiu estar relacionado com “o facto de a filha jogar online com outras pessoas”.

Creio que foi através dos jogos online que a pessoa em questão fez o favor de me tirar a minha filha”, disse Paula em julho de 2022 em declarações ao Linha Aberta.

Uma ligação que aparentemente, e de acordo com o comunicado divulgado hoje pela PJ, parece confirmar-se.