A habitação vai ser o ponto central do Conselho de Ministros que estará reunido ao longo da manhã desta quarta-feira. Ouvido pela SIC, o investigador em estudos urbanos, António Brito Guterres, sublinha a necessidade de apoios dados aos jovens e famílias com baixos rendimentos.
António Brito Guterres começa por dizer que é imperativo que existam “medidas diversificadas” de curto e longo prazo destinadas à população que apresenta maiores dificuldades económicas.
A curto prazo refere que o "apoio direto" a várias famílias é essencial, nomeadamente a agregados familiares "mais vulneráveis, monoparentais, a desempregados" e também aos jovens e a pessoas com baixos salários.
Aumentos salariais não acompanham subida dos preços
No que toca ao aumento de salários, António Brito Guterres afirma que o mesmo "não está a conseguir responder" aos aumentos generalizados que se verificam no país, em especial no setor da habitação. Setor esse que tantos problemas tem suscitado, principalmente devido às rendas bastante elevadas que se praticam em diversas cidades.
O investigador dá o exemplo de Lisboa, onde a renda média é, segundo o próprio, 2000 euros mensais e de Évora onde o valor médio está situado nos 1500 euros. António Brito Guterres acrescenta que estes preços não se coadunam com o salário médio português que ronda os 1000 euros.
Para o investigador, as rendas bastante elevadas são uma realidade por não existir regulamentação no setor da habitação, algo que vê como necessário.
Conselho de Ministros estuda novo pacote sobre habitação
O Conselho de Ministros aprovará hoje um novo pacote que contempla soluções para o setor da habitação.
Entre as medidas discutidas estarão a disponibilização de mais solos e incentivos para construção, incentivos fiscais destinados também aos proprietários para que coloquem casas no mercado de arrendamento, para além de apoios destinados aos jovens para que tenham capacidade para arrendar casa.