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Ataque ao Centro Ismaili: comunidade afegã diz que agressor "tinha problemas psicológicos"

O responsável pela comunidade afegã em Portugal reconhece que a sociedade pode passar a olhar de "forma diferente", mas pede que não se julgue a comunidade "pelo ato de uma pessoa só".

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O indivíduo que atacou esta terça-feira o centro Ismaili, em Lisboa, é de origem afegã. Omed Taeri, responsável pela comunidade afegã em Portugal, sublinha que a pessoa tinha “problemas psicológicos” e pede que não se julgue a comunidade “pelo ato de uma pessoa só”. Duas pessoas morreram na sequência e duas ficaram feridas, incluindo o agressor.

“A pessoa que fez esta agressão tinha traumas e problemas psicológicos. Por isso, a comunidade afegã pensa que o que levou a este ato foram os problemas psicológicos”, disse em declarações à SIC Notícias.

Omed Taeri conta que o agressor, que tem entre 30 e 35 anos, entrou em contacto com a comunidade afegã com o objetivo de pedir ajuda para encontrar trabalho e, ao mesmo tempo, um lugar onde pudesse deixar os três filhos. Contou também que tinha perdido a mulher num centro de refugiados na Grécia e que os pais tinham ficado no Afeganistão. Foi aconselhado a falar com o Centro Ismaelita, que tinha sido responsável por o trazer para Portugal.

O responsável pela comunidade afegã diz que o indivíduo manifestou “problemas mentais e psicológicos”, que tinha também “problemas na fala”. Na opinião de Omed Taeri, o individuo deveria ser acompanhado por um psicólogo.

“O maior problema dele era pensar que, quando vai trabalhar, com quem vai deixar os filhos”, afirma Omed Taeri. “Nós pensávamos que ele já estava a ser encaminhado, por isso é que não voltámos a falar com ele", prossegue, sublinhando que “ninguém pensaria que iria chegar a este ponto”.

Omed Taeri reconhece que este ataque possa fazer com que a sociedade “olhe de forma diferente para a comunidade afegã em Portugal”, mas lembra que “não se pode julgar a comunidade inteira pelo ato de uma pessoa só".