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Professora chamava "osgas" e "prostitutas colombianas" às alunas

Casos de assédio também já aconteceram na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto. 20 investigadores acusam uma professora catedrática de assédio moral, sexual e ameaças de violência física, uma denúncia que o jornal Expresso teve acesso.

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Às doutorandas, a professora chamava termos como "osgas" ou "prostitutas colombianas" devido à forma de vestir. Aos investigadores e alunos do sexo masculino que julgava serem homossexuais, dirigia termos como "cinderela" ou "florzinha".

Para além disto, há relatos de ameaça de represálias académicas e até ameaças físicas, com lançamento de objetos. Referem também como esta professora chegava a pedir a investigadores que lhe enviassem fotografias da roupa interior.

"As humilhações eram permanentes. Passava horas aos gritos, a chamar-nos burras, vacas, avantesmas e muitos outros nomes. Só parava quando chorávamos", disse uma das denunciantes ao Expresso.

A denúncia coletiva foi encaminhada para a Autoridade para as Condições do Trabalho, em março de 2022.

Esta é a mesma professora catedrática que, em 2021, foi protagonista de outro caso mediático, quando atirou ácido nítrico contra dois colegas. Alegou, na altura, que se tratara de um acidente, mas acabou suspensa pela universidade durante 180 dias por negligência e desrespeito pelas regras de segurança. A suspensão está agora a terminar e a docente prepara-se para regressar ao laboratório e às aulas em maio.

Politécnico do Porto também já conta com denúncias

Na quinta-feira, o Politécnico do Porto anunciou que suspendeu três professores da Escola Superior de Educação após denúncias de assédio sexual e moral.

Em comunicado, refere que a suspensão é preventiva, tendo a vista a salvaguarda e integridade de todo o processo de inquérito, bem como a “salvaguarda e proteção das alegadas vítimas".

Dois dos professores visados são do curso de desporto. As denúncias alegam que a pretexto de ensinarem às alunas a melhor forma de fazer os exercícios, lhes tocavam de forma inapropriada. Um dos docentes é também pró-presidente do Politécnico do Porto.

O terceiro visado é do curso de Educação Básica e integra um centro de investigação da ESE. É acusado de assédio moral em contexto de sala de aula e trabalho académico.