Há uma aparente contradição nas decisões do reitor da Universidade Porto. Em 2019, António Sousa Pereira aceitou alunos de Medicina com nota inferior a 14 valores, mas este ano o critério não foi aplicado e a entrada acabou por ser rejeitada, contrariando o diretor da Faculdade de Medicina. O reitor argumenta que a decisão de 2019 foi excepcional e tomada num contexto completamente diferente.
Horas depois de rebentar a polémica, o diretor da Faculdade de Medicina emitia um comunicado em que recordava que, recuando a 2019, o reitor da Universidade do Porto tinha admitido 37 candidatos com menos de 14 valores na prova de conhecimentos.
Numa nota enviada à agência Lusa, António Sousa Pereira explicou que, na altura, o concurso "decorreu em circunstâncias muito particulares" que o levaram a, efetivamente, homologar excepcionalmente a entrada dos candidatos.
A reitoria diz ainda que há, entre os dois casos, cinco grandes diferenças:
2019 foi o primeiro ano de aplicação da prova de conhecimentos, que decorreu num prazo muito curto. Os 50 estudantes que fizeram o teste ficaram todos em igualdade de circunstâncias porque nenhum teve classificação igual ou superior a 14.
Além disso, não havia ainda um histórico de candidatos excluídos, já que era o primeiro ano do exame.
Acresce que houve, em 2019, dificuldades na avaliação da prova, que deram azo a variadas reclamações.
Por fim, nesse ano as vagas que sobrassem não poderiam ser canalizadas para outros regimes de acesso ao passo que agora reverteram para o concurso nacional, o que permitiu que mais 30 jovens ingressassem no curso de Medicina.
Esta segunda feira, o ministro da Educação esteve no Porto, na inauguração de uma residência universitária, deu o caso como encerrado.