José Miguel Júdice, em comentário na rubrica "As Causas", acusa o Presidente da República de meter medo à população com o fantasma de uma crise e de, juntamente com o primeiro-ministro, organizar um bluff para assustar PCP e Bloco de Esquerda, que, diz, estarem numa posição de escolha entre "suicídio eleitoral" ou "rendição política".
Para o comentador da SIC, a crise orçamental que se vive pode ser uma "estratégia para nos levar a engolir uma dose mais forte de Estatismo", sendo que até poderá contar com a "ajuda do Presidente da República, que nos injeta como uma droga dura o medo da crise".
No entanto, também abre a possibilidade a uma ação de "bluff do casal Costa/Marcelo para assustar o PCP e o Bloco de Esquerda".
Nos dois casos, Júdice refere que "costuma acabar mal", abrindo o cenário de eleições antecipadas.
Acrescenta que "António Costa montou uma estratégia fortíssima para uma grande vitória autárquica que lhe permitisse negociar sem cedências o Orçamento do Estado, culpar a Esquerda pelo chumbo e, depois, assustar os eleitores de Esquerda com o 'papão' do regresso da Direita".
Contudo, o comentador refere que o primeiro-ministro saiu enfraquecido politicamente das eleições autárquicas, tal como PCP e Bloco de Esquerda.
José Miguel Júdice lembra, porém, o período conturbado, a nível interno, de PSD e CDS-PP, e conclui que, acrescentando a esta questão "a arrogância de António Costa", os partidos de Esquerda "terão de optar entre morrer com dignidade ou apagarem-se de forma ignominiosa".
O comentador lança ainda a possibilidade de, em cenário de negociação "tensa" como a atual, "António Costa preferiria negociar com André Ventura do que com Catarina Martins".