José Miguel Júdice, em comentário na rubrica "As Causas", critica o nível de impostos sobre as famílias portuguesas, em especial, do IRS e do ISP, e antevê uma "revolta das classes médias que nenhuma força política representa".
O comentador da SIC começa a concordar com a visão do Estatismo como um "monstro", referida por Aníbal Cavaco Silva.
Júdice refere que o "Estatismo tem de ser alimentado e que cada vez necessita mais disso", alegando que o Estado arrecada todos recursos financeiros, sem a presença de uma discussão sobre a estratégia e os resultados esperados.
Para o comentador, esta visão "estatizante e centralista" reflete-se na carga fiscal sobre as classes médias e altas.
Aponta, como exemplo, o IRS pago em Portugal, que refere ser "dos maiores do mundo", defendendo que não deve ser aumentado, ao contrário da proposta do PCP.
Também neste tópico introduz o imposto sobre os combustíveis (ISP), que diz estar "disfarçado de imposto a favor do ambiente".
José Miguel Júdice acrescenta que "os impostos indiretos são adorados pelos Governos", contudo, considera-os "um fator muito relevante para dificultar a recuperação" económica de Portugal, mostrando um mapa europeu sobre o nível dos preços dos combustíveis, alegando que Portugal se encontra na "Europa mais atrasada" economicamente.
Finaliza a referir que a estratégia de aplicação de impostos indiretos deixará de funcionar, devido a uma revolta - "serena, à portuguesa" - das classes médias, um setor que Júdice refere "nenhuma força política tenta representar", o que o leva a concluir que o "Estatismo está a bater na parede", tendo impacto na crise orçamental.