Areia branca, águas cristalinas e cabanas de madeira à beira-mar por apenas 30 euros por noite. Assim é San Blas, um arquipélago com quase 400 ilhas ao largo da costa do Panamá. Um cenário idílico que está em risco. A subida do nível da água do mar está a fazer com que estas ilhas comecem a desaparecer. A maioria está apenas alguns centímetros acima da superfície do mar e não tem habitantes. Outras já estão parcialmente submersas. Mas algumas ainda resistem, é o caso de Gardi Sugdub.
Ansberto Ehrman é uma espécie de presidente da Câmara da ilhas. Lidera uma comunidade em transição que, aos poucos, se foi deslocando para o continente.
"Chegámos a ter 1.300 residentes, aqui. Agora, são menos de metade."
Ansberto Ehrman acredita que dentro de 20 anos, a Gardo Sugdub terá desaparecido por completo. Nueva Carti é a nova casa de quem já deixou as ilhas de San Blas.
A nova localidade tem ruas pavimentadas, em vez de trilhos arenosos, mas organização urbana não agrada a todos. Muitos recusam abandonar a vida no mar e mantêm as casas para regressam aos fins de semana, sempre que a saudade aperta, só não sabem até quando isso será possível.
San Blas poderá tornar-se a Atlântida do século XXI, um símbolo daquilo que o mundo pode perder se não agir rapidamente contra as alterações climáticas. A beleza efémera destas ilhas atrai turistas, muitos conscientes de que estão a visitar um lugar condenado. Os habitantes, agora refugiados climáticos, são o rosto de uma crise global.
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