O antigo ministro socialista Armando Vara foi esta segunda-feira libertado do Estabelecimento Prisional de Évora, cumprida metade da pena a que foi condenado.
Armando Vara, que cumpriu dois anos e nove meses de prisão efetiva no âmbito do processo Face Oculta - tinha sido condenado a cinco anos de prisão -, sai com perdão parcial da pena ao abrigo do regime excecional criado para o período da pandemia.
"Sou completamente ilibado. Senão não podia ser libertado", afirmou o antigo governante, em declarações aos jornalistas.
Armando Vara assegurou ainda que a condenação e sentença tiveram uma componente "política".
“Não só nunca cometi nenhum crime no exercício de funções, nem aquilo que era acusado foi por causa das funções que cometia”, reiterou.
CONDENADO EM SETEMBRO DE 2014 NA OPERAÇÃO FACE OCULTA
Armando Vara foi condenado em setembro de 2014, no Tribunal de Aveiro, a cinco anos de prisão efetiva, por três crimes de tráfico de influências, no âmbito do processo Face Oculta.
O coletivo de juízes deu como provado que o antigo ministro e ex-vice-presidente do BCP recebeu 25 mil euros do sucateiro Manuel Godinho, o principal arguido no caso, como compensação pelas diligências empreendidas em favor das suas empresas.
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CONDENADO A DOIS ANOS DE PRISÃO NO PROCESSO OPERAÇÃO MARQUÊS
Já em julho deste ano, o antigo ministro foi condenado, no Tribunal Criminal de Lisboa, a dois anos de prisão efetiva pelo crime de branqueamento de capitais, num processo extraído e separado do processo Operação Marquês, que tem o ex-primeiro-ministro José Sócrates como principal arguido, mas a condenação ainda não transitou em julgado.
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