Economia

"Amanhã renascem os Estaleiros Navais de Viana do Castelo", diz ministro Aguiar-Branco

O ministro da Defesa afirmou hoje que os Estaleiros  Navais de Viana do Castelo "renascem" sexta-feira, com a assinatura do contrato  de subconcessão, antecipando que muitos dos que criticaram daqui a cinco  anos vão "aplaudir esta decisão". 

Lusa
(Lusa/Arquivo)

José Pedro Aguiar-Branco falava aos jornalistas à entrada do ciclo de  conferências "O estado das coisas/As coisas do Estado", em Serralves, Porto,  na véspera da cerimónia de assinatura do contrato de subconcessão ao grupo  Martifer dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, marcada para sexta-feira,  às 12:30, no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras. 

"Amanhã (sexta-feira) renascem os Estaleiros Navais de Viana do Castelo,  que estavam sem atividade, e surge uma nova oportunidade para se manter  a construção e a reparação naval em Viana do Castelo. Foi sempre o esforço  que o Governo teve, foi de manter a construção e a recuperação naval", sublinhou.

O ministro da Defesa transmitiu uma "palavra de esperança e de confiança  de que vai manter-se a atividade (dos estaleiros) e que vão ser criados  postos de trabalho". 

"E por isso, daqui a cinco anos, muitos dos que estão hoje a criticar  vão seguramente aplaudir esta decisão", antecipou. 

Aguiar-Branco recordou que, "infelizmente, o processo de reprivatização  não pôde ocorrer porque ajudas ilegais concedidas entre 2005 e 2011, na  ordem dos 181 milhões de euros, foram notificadas pela DGCOM". 

"Ou os Estaleiros fechavam, ou havia uma possibilidade de renascer.  O Governo seguiu essa segunda via e amanhã é assinado o contrato que vai  permitir manter a construção e a reparação naval em Viana do Castelo", enfatizou.

O ministro da tutela recordou ainda que "vai permitir que haja a possibilidade  de serem contratados trabalhadores para a nova empresa", que "já comunicou  que tinha a intenção de o fazer na ordem da criação dos 400 postos de trabalho".

"Se alguém concorre a uma concessão para fazer a construção e a reparação  naval e vai pagar por ela, com certeza precisa de trabalhadores. Acho que  é óbvio. E vai com certeza contratá-los, em primeira mão, na região, porque  é mão-de-obra qualificada", justificou. 

Afirmando que a Martifer comunicou à Comissão do Mercado dos Valores  Mobiliários (CMVM) que tinha essa intenção, Aguiar-Branco defendeu que,  "num juízo de normalidade", pode-se acreditar que "vai continuar a haver  a construção e a reparação naval, que vão ser criados novos postos de trabalho  e que é uma oportunidade que se volta a ter para aqueles trabalhadores e  para a região". 

A Martifer terá um período de cerca de três meses até assumir totalmente  a subconcessão, cujo contrato é válido até 31 de março de 2031. Pelos terrenos,  infraestruturas e equipamentos dos ENVC, o grupo privado vai pagar ao Estado  uma renda anual de 415 mil euros. 

Num período de seis meses deverão ser criados 400 postos de trabalho  nos atuais estaleiros, na área da construção e reparação naval, prevendo  o novo subconcessionário um investimento de modernização das instalações  e equipamentos dos ENVC, empresa que entretanto será encerrada. 

Lusa