O ministro das Infraestruturas e da Habitação admitiu que pretendia levar o plano de reestruturação da TAP a votação no plenário da Assembleia da República, mas não conseguiu. Para José Gomes Ferreira, foi um “tacticismo político que saiu mal ao ministro” e que a ideia era passar o custo social para os partidos.
“O ministro ficava com a sua quota de responsabilidade como tutela, mas diluída no conjunto de partidos no Parlamento”, afirma, acrescentando que levar o plano a votação no Parlamento colocaria em causa “a própria governabilidade do país”, uma vez que ficava em causa que cada dossier mais complicado de resolver teria de passar no Parlamento.
“O Governo ia governar com moções de confiança permanentes”, assegura José Gomes Ferreira.
Defende ainda que Pedro Nuno Santos ficará marcado como o ministro que, em Democracia, promoveu a maior dispensa de trabalhadores.
O pior cenário
Sobre o pior cenário possível, que prevê uma injeção de 3.700 milhões de euros na TAP, José Gomes Ferreira volta a comparar a companhia aérea ao Novo Banco.
“A questão é que para continuar, a TAP fica reduzida a metade. (…) Uma companhia que tem que fazer uma reestruturação tão grande e mesmo assim tem que custar tanto para se manter a funcionar”, afirma.
José Gomes Ferreira termina apontando críticas à má gestão política, económica e financeira do setor aéreo em Portugal.
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