Os tripulantes da Portugália votaram em larga maioria a favor do acordo de emergência, deixando para esta sexta-feira a decisão nas mãos de tripulantes e pilotos da TAP. São os últimos a dizer se aceitam ou não o acordo entre os sindicatos e a administração para a reestruturação profunda da companhia aérea.
Se dúvidas existissem do apoio dos tripulantes da Portugália ao acordo de emergência, foram desfeitas esta quinta-feira: quase 160 votos a favor e menos de 10 contra.
Os tripulantes aceitam assim os cortes nos salários acima dos 1.300 euros que começam nos 25% e que aliviam para 20% daqui a três anos. Ficam suspensas todas as progressões e promoções, há uma série de regalias que vão para a gaveta.
Esta sexta-feira estão marcadas as derradeiras votações de tripulantes e pilotos da TAP. O processo, tal como na Portugália, é eletrónico e os sindicatos recebem os votos e divulgam as somas mais tardes.
Entre os tripulantes da TAP está previsto um despedimento de cerca de 170 trabalhadores ao abrigo do acordo de emergência.
Com os pilotos, há uma divisão substancial quanto a dar luz verde ao acordo com a administração: alguns tentaram negociar um novo entendimento com a empresa para aliviar os cortes de salários que podem atingir os 50%.
A gestão liderada por Miguel Frasquilho e Ramiro Sequeira já garantiram que as negociações terminaram. Se o acordo de emergência for chumbado pelos pilotos, a negociação com os sindicatos cai por terra, o que pode implicar quase 500 despedimentos em vez de 200.
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