O novo CEO da TAP vai ganhar menos que o antecessor, avançou esta quarta-feira o ministro das Insfraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.
Albrecht Binderberger, o alemão escolhido pelo Governo, vai ter um ordenado bruto entre os 35 e os 45 mil euros e vai liderar a companhia aérea a partir de maio.
"Temos uma administração a trabalhar, qualificada, que está a fazer um excelente trabalho. Não fazia sentido fazer uma mudança a meio do plano de reestruturação", acrescentou Pedro Nuno Santos.

Antonoaldo Neves recebia 45 mil euros por mês e o atual CEO, Ramiro Sequeira, passou para 35 mil euros.
Presidente executivo mantém-se até plano de reestruturação estar fechado
O ministro das Infraestruturas disse esta quarta-feira que o atual presidente executivo da TAP, Ramiro Sequeira, mantém-se no cargo até que o plano de reestruturação esteja fechado em Bruxelas, o que pode acontecer só em maio.
"Estava já decidido que haveria uma nova e haverá quando entrar em Bruxelas o plano de reestruturação" disse Pedro Nuno Santos, que esteve a ser ouvido na Assembleia da República.
Ramiro Sequeira assumiu o cargo interinamente, na sequência da saída de Antonoaldo Neves, o presidente executivo escolhido por David Neeleman, que também já não está na companhia aérea.
"Nós não temos nenhum problema com a administração que está a gerir a empresa e que tem um mandato, que é elaborar um plano de reestruturação", apontou o ministro das Infraestruturas e da Habitação, acrescentando que Ramiro Sequeira é um "CEO fabuloso", "sólido" e que "sabe o que está a fazer".
Pedro Nuno Santos disse que já estava prevista entrada de uma nova gestão apenas depois de o plano estar fechado com a Comissão Europeia, mas a conclusão das negociações está a arrastar-se além do prazo inicialmente apontado (primeiro trimestre deste ano), podendo isso só acontecer em maio.
"As negociações com Bruxelas estão a correr bem, nós achamos que o desfecho vai ser positivo", acrescentou o governante.
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Governo pede autorização para injetar com urgência 463 milhões na TAP
O Governo pediu autorização à Comissão Europeia para injetar, o quanto antes, até 463 milhões de euros na TAP. A companhia aérea precisa de dinheiro para pagar despesas enquanto o plano de reestruturação não é aprovado por Bruxelas.
Os 1.200 milhões de euros que o Estado transferiu no ano passado devem esgotar-se este mês. Em abril, a situação complica-se e a companhia já deve precisar de mais dinheiro para pagar as despesas.
O plano de reestruturação prevê que o Estado transfira, no total, 3.700 milhões de euros em quatro anos. Em troca, a TAP tem de fazer uma série de cortes nas despesas. Tudo isso ainda está à espera de aprovação de Bruxelas.
Por isso é que o Governo pediu agora autorização à Comissão Europeia para um auxílio intercalar para que a TAP mantenha liquidez até que o plano seja aprovado. Espera poder injetar até um máximo de 463 milhões de euros o quanto antes.
Mas, como consequência, garante que a liquidez previstas na restruturação devem ser ajustadas, uma vez que o Estado está a adiantar dinheiro do bolo que já está previsto até 2024. Isto é justificado pelos impactos severos da pandemia na atividade da empresa já este ano.
Em fevereiro, a TAP esteve a 7% da capacidade. O mesmo deve acontecer este mês. A empresa está em lay-off desde o início de março.