O presidente do PSD Luís Montenegro expressou "solidariedade" com o ministro da Economia por este estar a ser "triturado pela máquina socialista" devido à eventual redução do IRC, acusando o Governo de estar em "roda livre".
"Sendo ele uma personalidade independente que aceitou ir para o Governo, ainda por cima monocolor de maioria absoluta, estar a ser triturado pela máquina socialista merece do ponto vista democrático dos seus adversários, como é o nosso caso, uma palavra de solidariedade", declarou.
Em causa estão as declarações de Costa Silva na quarta-feira, que considerou que seria benéfica uma descida transversal do IRC, sendo que a redução de cada ponto percentual da taxa tem um impacto na receita de cerca de 100 milhões de euros.
No mesmo dia, o ministro das Finanças, Fernando Medina, remeteu eventuais alterações fiscais para as empresas, nomeadamente ao nível do IRC, para as negociações com os parceiros sociais, revelando que vai "reservar" para o final da negociação a sua posição "sobre o assunto".
Montenegro realçou que o ministro da Economia foi "desautorizado em público" pelo ministro das Finanças, por "dois secretários de Estado, incluindo o da própria Economia" e pelo líder parlamentar do PS.
"Infelizmente, temos hoje um Governo da República onde a confusão reina. É monocolor, tem uma maioria absoluta no parlamento, mas está absolutamente em roda livre. Em roda livre", reforçou.
Montenegro afirmou que concorda na "substância" com Costa Silva, defendendo a "necessidade de baixar a carga fiscal sobre as empresas para tornar mais atrativo o investimento".
"Sou solidário com ele nesta medida em particular e também sou solidário porque acho que não é justo que dentro de um governo se trate assim quem tem a autoridade, que cada vez mais é colocada em causa, para promover a política económica", reforçou.