As alterações climáticas vão estar em debate na reunião dos ministros do Ambiente do G20, agendada para esta semana. Na SIC Notícias, Filipe Duarte Santos, investigador na área das alterações climáticas e professor na faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e João Reis, ativista climático, debatem o aquecimento global e o impacto que tem tido.
Para o investigador, “é necessário adaptarmos a um clima diferente”. No que toca às inundações – como aquelas que atingiram o oeste da Alemanha e a Bélgica, Filipe Duarte Santos defende que é necessário ter em conta “os modelos climáticos que indicam quais são as zonas inundáveis das cidades e nas outras localidades para que sejam devidamente protegidas”.
“Há três respostas [às alterações climáticas]: uma é a mitigação, ou seja a redução das emissões; outra é a adaptação, minimizar os efeitos adversos e prepararmo-nos para um clima que está em mudança; e a terceira é o sofrimento, no caso de não darmos suficiente atenção à redução das emissões e ou à adaptação. Penso que a solução racional é de facto que, na reunião do G20, os países, sobre tudo os outros países para além da UE – a UE está a ser o seu percurso, tem sido líder neste processo –, façam a transição para as energia renováveis e sobretudo a eficiência energética”, afirma ainda o professor.
Para João Reis, o caminho que a UE e outas entidades europeias têm feito é “manifestamente insuficiente par o desafio que as alterações climática representam”.
“O que podemos esperar do G20 é a mesma receita que tem vindo a ser aplicada década após década: é entregar, privilegiar e falar das alterações climáticas do prisma das empresas que, durante décadas e décadas, fizeram os seus lucros, negaram as alterações climáticas e que, agora, mudaram um bocadinho de estratégia – tornou-se difícil de argumentar contra os termómetros – e basicamente passaram para o rol de falsas soluções”, afirma o ativista.
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