Na semana passada, as farmacêuticas norte-americana Pfizer e a alemã BioNTech anunciaram que a vacina que estão a desenvolver "tem 90% de eficácia".
Esta segunda-feira, um dos responsáveis pela vacina, o médico turco Ugur Sahin – cofundador da BioNTech – afirmou que o impacto da vacina poderá ser observado já no verão do próximo ano e que a vida regressará ao normal no inverno de 2021.
Os resultados preliminares da fase 3 dos ensaios clínicos - a última antes da aprovação pelos reguladores - revelam que os voluntários que receberam a segunda das duas doses da vacina experimental desenvolveram anticorpos contra o novo coronavírus SARS-CoV-2 sete dias depois da inoculação.
Vacina deverá ser capaz de reduzir propagação para pelo menos metade
Em entrevista à BBC, Ugur Sahin revelou que os próximos resultados deverão demonstrar que a vacina das duas farmacêuticas é capaz de travar o contágio bem como impedir o desenvolvimento de sintomas.
“Estou extremamente confiante que a propagação será reduzida - não 90% mas talvez em 50% - mas não nos devemos esquecer que até essa redução para metade pode resultar num declínio acentuado no contágio”, explicou.
Sobre o regresso à normalidade, o cofundador da BioNTech prevê que a vacina comece a ser distribuída aos países entre o final deste ano e o início do próximo, sendo o objetivo entregar mais de 300 milhões de doses até abril.
“O verão vai ajudar-nos a diminuir o rácio de infeções e é absolutamente essencial que tenhamos uma taxa de vacinação alta antes do outono-inverno do próximo ano”, concluiu.
Avanços da vacina da Pfizer entusiasmam, mas especialistas pedem prudência
Os especialistas alertam que este é apenas um pequeno passo, não significando que esta será a melhor opção nem que promoverá uma imunidade a longo prazo. A investigação ainda decorre e há, por isso, muitas questões por responder, sobretudo relativamente à segurança para grávidas, crianças e idosos.
A comunidade científica aguarda os resultados dos novos testes à vacina que, num cenário otimista, poderá ser disponibilizada em breve.
VACINA DA PFIZER É UMA DAS QUE PORTUGAL "PREVÊ ADQUIRIR”
A diretora-geral da Saúde disse na segunda-feira que Portugal prevê comprar a vacina da farmacêutica norte-americana Pfizer. Graça Freitas diz que se a vacina tiver o nível de eficácia anunciado, cerca de 90%, será “uma das melhores vacinas que teremos” e que, por isso, “é uma boa notícia”.
UE fecha acordo para compra de 300 milhões de doses de vacina
As farmacêuticas esperam pedir uma aprovação de emergência até ao final deste mês. A Comissão Europeia recusa avançar já uma data de distribuição e lembra que, depois dos testes finais, a vacina ainda tem de ser aprovada pela Agência de Medicamentos.
Assim que houver garantias de segurança, a União Europeia vai receber 200 milhões de doses. O acordo fechado esta quarta-feira prevê ainda que possam ser pedidos outros 100 milhões.
As vacinas vão chegar a todos os 27 estados membros ao mesmo tempo e a quantidade atribuída vai ser proporcional à população.
Há 52 vacinas no mundo a serem testadas em humanos
No mundo estão nesta altura a ser testadas 52 vacinas, onze delas estão já na fase final.
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