A empresa americana de biotecnologia Moderna anunciou esta terça-feira que a vacina contra a covid-19 é "altamente eficaz" nos adolescentes com idades entre os 12 e 17 anos. Na sexta-feira tinha já sido avançado que a Moderna iria apresentar "no início de junho" um pedido de autorização aos reguladores de vários países, incluido União Europeia, para a administração nesta faixa etária.
Atualmente a vacina da Moderna está autorizada para os adultos maiores de 18 anos.
"Estamos animados porque [a vacina] demonstrou ser altamente eficaz na prevenção da covid-19 em adolescentes", disse presidente executivo da Moderna, Stéphane Bancel, num comunicado. "Vamos enviar esses resultados à FDA [regulador dos EUA] e aos reguladores em todo o mundo no início de junho e pedir autorização."
Considerando que "até ao verão todos os adultos que pretendam ser vacinados terão recebido a primeira dose (...) então será necessário muito rapidamente alcançar os adolescentes dos 12 aos 17 anos", disse a 21 de maio o presidente executivo da Moderna, Stéphane Bancel ao semanário francês Le Journal du Dimanche, citado pela AFP.
Atualmente apenas a vacina da Pfizer/BioNTech é autorizada para jovens entre os 16 e 18 anos na União Europeia, tendo a Pfizer já solicitado autorização para uso em jovens de 12 a 16 anos.
Resultados finais dos ensaios clínicos com adolescentes
A pretensão da Moderna baseia-se nos resultados finais dos ensaios clíncos com mais de 3.700 voluntários com idades entre os 12 e 17 anos nos EUA. Dois terços receberam a vacina, um terço um placebo.
"Após duas doses, não foi registado nenhum caso de covid-19 no grupo vacinado (...) contra 4 casos no grupo placebo, refletindo uma eficácia da vacina de 100% 14 dias após a segunda dose", disse a Moderna no comunicado de imprensa.
Após uma dose foi observada uma eficácia de 93% e os poucos casos da doença entre a primeira e a segunda dose foram "ligeiros".
Em geral a vacina foi "bem tolerada" e "não foi identificada até agora quallquer questão sobre a sua segurança", afirma a Moderna.
Os efeitos secundários observados foram ligeiros e semelhantes aos observados em adultos (dor no local da injeção, fadiga, dores de cabeça, dores musculares, calafrios, etc.).
Os adolescentes geralmente desenvolvem formas menos graves de covid-19 do que as pessoas mais velhas, mas não são imunes à infeção e são transmissores do vírus entre a população.
Por isso é necessária a imunização desta faixa etária para conter a epidemia, segundo os especialistas.
A Moderna iniciou em março os testes da vacina em crianças de 6 meses a 11 anos
Moderna testa eficácia contra quatro variantes do coronavírus
A Moderna também está a testar a eficácia de três diferentes reforços contra quatro variantes do coronavírus, esperando os primeiros resultados no início de junho.
Bancel disse que a Moderna pode produzir três mil milhões de doses por ano, o que, adicionado aos quatro mil milhões previstos pela Pfizer/BioNTech, seria "o suficiente para vacinar todo o planeta com uma primeira dose".
EMA avalia Pfizer para 12-15 anos
A vacina da Pfizer/BioNTech já está autorizada para adolescentes em vários países, nomeadamente nos EUA. Na Europa, o fármaco da Pfizer está autorizado a partir dos 16 anos e a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) está a avaliar a autorização a partir dos 12 anos.
Espera-se que o resultado desta avaliação seja conhecido até junho, a não ser que sejam necessárias informações suplementares.
Caberá depois ao executivo comunitário tomar uma decisão final juridicamente vinculativa aplicável em todos os Estados-membros da UE.
Vacinas contra a covid-19: as que estão a ser usadas e as que estão a caminho
Em menos de um ano desde que foi declarada a pandemia foram desenvolvidas várias vacinas em laboratórios por todo o mundo. A primeira vacina a obter autorização de emergência para inoculação foi a da Pfizer e BioNTech. O Reino Unido foi o primeiro país a aprovar esta vacina e a iniciar a campanha de vacinação, em dezembro de 2020.
Mais de 3,4 milhões de mortos no mundo
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.419.488 mortos no mundo, resultantes de mais de 164.805.270 de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
A covid-19 é uma doença respiratória causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
A grande maioria dos pacientes recupera, mas uma parte evidencia sintomas por várias semanas ou até meses.
Links úteis
- Atualização semanal da execução do Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19
- Covid-19 DGS - relatórios de situação diários
- Covid-19 DGS/Ministério da Saúde - mapa dos números
- ECDC - listagem que permite seguir o número de vacinas já administradas na Europa
- Universidade de Oxford - dados sobre evolução da vacinação contra a covid-19
- Bloomberg - listagem que permite seguir o número de vacinas já administradas no mundo
- London School of Hygiene & Tropical Medicine - gráfico que mostra o progresso dos projetos de vacinas
- Agência Europeia dos Medicamentos
- Especial sobre o novo coronavírus / Covid-19
- Linha SNS24
- Direção-Geral da Saúde (DGS)
- Organização Mundial da Saúde (OMS)
- ECDC - Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças