A crise migratória na Europa, a cada dia que passa, demonstra de forma mais notória a grave situação humanitária de milhares de migrantes que procuram melhores condições de vida.
Crise no Canal da Mancha
França exige ao Reino Unido que abra o acesso legal à imigração e assuma, nas palavras do ministro do Interior, as suas responsabilidades.
Gérald Darmanin lembra que a única alternativa para quem quer pedir asilo em Inglaterra é atravessar o Canal da Mancha, declarações feitas um dia depois de uma reunião de emergência em Calais que juntou os Governos da França, Bélgica, Alemanha e Países Baixos para tentar encontrar uma resposta comunitária de combate às redes que promovem a migração ilegal.
Deste encontro, o Reino Unido foi excluído, um país que regista 30 mil pedidos de asilo por ano, contrastando com os 150 mil recebidos em França.
Esta segunda-feira, decorre na capital francesa uma reunião do Conselho de Defesa sobre migração, por proposta do presidente francês Emmanuel Macron.
O Governo de Paris garante estar disponível para discutir o tema com Londres, desde que haja, do outro lado, abertura para compromissos.
A pressão francesa segue-se ao pior drama migratório ocorrido no Canal da Mancha, onde esta semana morreram 27 migrantes num naufrágio.
Crise na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia
Na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia, mantém-se a tensão.
Varsóvia acusa os guardas fronteiriços do outro lado de danificarem a vedação para facilitar a passagem de migrantes, de acordo com um vídeo divulgado pelo ministério da Defesa polaco.
De acordo com as autoridades polacas, este domingo foram registadas quase 100 tentativas de cruzar a fronteira.
Os migrantes são levados pelo desespero depois de várias semanas num impasse, em condições desumanas, quando investem tudo para tentar a travessia para a União Europeia.
De acordo com as agências humanitárias, pelo menos 13 migrantes morreram na fronteira, vítimas do frio e da fome.
A Polónia e a UE acusam o ditador bielorrusso Aleksandr Lukashenko de encorajar os migrantes a viajar para Minsk e a cruzar a fronteira ilegalmente como retaliação pelas sanções impostas, mas a Bielorrússia nega as acusações.
Esta segunda-feira, Minsk acusa a NATO de desenvolver capacidades ofensivas perto das fronteiras do seu país.
Já a Lituânia, que faz fronteira com a Bielorrússia e com a Polónia, considera que a NATO deve ajustar o posicionamento face ao regime de Lukashenko, que acusa de ter iniciado um processo de integração das Forças Armadas na Rússia, país aliado.
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