Palma estudava engenharia, mas já estava muito ligado à música. Passou pelo grupo Sindicato e em 1972, começaria a carreira a solo com o álbum "The Nine Billion Names of God", um trabalho marcado pelo interesse do músico na obra de Arthur C. Clark e no livro "O Despertar dos Mágicos", de Louis Pauwels e Jacques Bergier.
Era o tempo da censura num país que Palma descreve como "um atraso de vida". E era também o período da descoberta da força da língua portuguesa na luta contra a ditadura. O músico lembra, com saudade, a mestria e paixão do poeta e declamador José Carlos Ary dos Santos que diz o ter ajudado a começar a escrever letras para canções em português. As primeiras acabariam por sair no disco "A Última Canção", em 1973.
O talento de Palma via-se também nos trabalhos como arranjador e compositor para outros cantores como, por exemplo, a Tonicha.
Jorge Palma foi um dos artistas portugueses que gravou discos antes de 1974.
Veja também:
► Reportagem Especial: "É um problema de amor"
► Paulo de Carvalho: "Se fiquei na história foi por acaso"
► José Jorge Letria: "As cantigas foram fundamentais para que houvesse 25 de Abril"
► Francisco Fanhais: "Eu não podia ficar nas encolhas"
► Sérgio Godinho: "Tenho canções de forte empenho social"
► Manuel Freire: "Eu quero dar um recado com as cantigas"
► Fernando Tordo: "O medo hoje tem outras cores, outro cheiro, outro som, mas existe"
► Carlos Mendes: "Nós invadimos os festivais da canção para contestar"
► Luís Cília: "Depois de 1974, a chegada a Portugal foi uma festa"
► José Barata-Moura: "Toda a canção é política mesmo quando o autor quer fugir disso"
► Arnaldo Trindade: "Talvez um burguês"