Nuno Rogeiro defende que a gestão da NATO e do Governo polaco face à queda do míssil na Polónia foi "impecável". O comentador da SIC sublinha a prudência das entidades neste caso e, sem uma conclusão oficial, coloca em cima da mesa três possibilidades ao que terá acontecido no dia em que a Rússia lançou o maior ataque à Ucrânia desde o início da guerra.
Na terça-feira, os meios de comunicação polacos noticiaram a queda de dois mísseis a 10 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, um alegado incidente que resultou na morte de duas pessoas. Nuno Rogeiro recorda que, quando os investigadores chegaram ao local, depararam-se com fragmentos com inscrições ou ucranianas ou russas. O míssil era aparentemente S-300 (também chamado S-10). E terá sido aqui surgiram questões.
O que se sabe é que o míssil S-300 é de fabrico russo e remonta à época da URSS. O que não se sabe é se o engenho foi disparado pela Rússia ou pela Ucrânia, visto que o país ainda recebeu este tipo de mísseis antes da dissolução da URSS.
Os indícios apontam para um erro ou acidente, e até o secretário-geral da NATO garantiu que não terá sido deliberado. Mas está tudo em aberto até ao momento. Nuno Rogeiro defende que "não há lógica nenhuma que isto pudesse ter sido um ato deliberado da Rússia, porque a Rússia só teria a perder" e apresenta três possibilidades.
1. Um erro do próprio míssil russo, que estava a atacar a Ucrânia;
2. Um erro da defesa aérea ucraniana, que também recorre ao míssil de fabrico russo utilizado para interceções de longa distância;
3. Ter havido não um míssil, mas fragmentos, visto que o S-300 tem uma carga explosiva muito grande e teria volatilizado o trator, entende Nuno Rogeiro.
O Ministério da Defesa russo fala em "provocação" e Kiev aposta na teoria de que o míssil que caiu na Polónia foi lançado da Bielorrússia em direção a Lviv.
O QUE ESTÁ A SER DISCUTIDO NA CIMEIRA DE RAMMSTEIN?
Com uma investigação a decorrer e ambos os lados do conflito a negarem o lançamento de mísseis (ou míssil) para a Polónia, decorreu a Cimeira de Rammstein, na Alemanha, para se falar do tema.
Nuno Rogeiro adianta independentemente de se tratar de um acidente ou um erro, isto aconteceu, porque a Ucrânia está a ser atacada pela Rússia. O comentador da SIC chega a invocar o "dolo eventual", pois a "Rússia sabia que mais tarde ou mais cedo, por estar a bombardear ou atacar a Ucrânia, podia acontecer isto a países terceiros".
O grupo de contacto para a defesa da Ucrânia, no qual participa Portugal, comprometeu-se a fornecer baterias de mísseis ou mísseis até ao final do mês.
Em discussão surgiu uma "proposta arriscada", admite Nuno Rogeiro, os países limítrofes ajudarem a Ucrânia a abater mísseis cruzeiro. Todavia, não terá sido aprovada e está a ser debatida com base no direito internacional.