Guerra Rússia-Ucrânia

Presidente polaco admite que míssil terá sido "lançado pela Ucrânia"

Andrzej Duda disse que provavelmente não será necessário invocar o artigo 4.º do Tratado na NATO e que nada prova que ataque à Polónia tenha "sido intencional”.

Presidente polaco admite que míssil terá sido "lançado pela Ucrânia"
Andrew Kravchenko

O Presidente polaco, Andrzej Duda, disse esta quarta-feira que nada prova que o ataque à Polónia tenha sido "intencional" e admite que o míssil "tenha sido lançado pela Ucrânia".

Andrzej Duda esclareceu que é altamente provável que a explosão tenha sido causada pelo sistema de defesa antiaérea ucraniano e, desta forma, poderá não ser necessário invocar o artigo 4.º do Tratado da NATO, que previa uma reunião com os 30 Estados-membros.

O chefe de Estado polaco afirmou ainda que "é muito provável que o míssil tenha sido fabricado na União Soviética" e que se trate de um modelo S300, segundo a agência espanhola EFE. Ainda assim, não existem evidências de que tenha sido lançado pela Rússia.

O secretário-geral da NATO corroborou, no final da reunião de emergência da Aliança Atlântica em Bruxelas, as declarações de Andrzej Duda, confirmando que a explosão "foi provavelmente causada" por um míssil ucraniano. No entanto, Jens Stoltenberg ressalvou que "não é culpa da Ucrânia".

Durante a manhã desta quarta-feira, antes das declarações do Presidente polaco e do secretário-geral da NATO, uma fonte diplomática europeia avançou que a Polónia ia comunicar à NATO que o míssil disparado era ucraniano.

Nesta altura, a Rússia já tinha declarado que os ataques realizados na terça-feira atingiram apenas o território ucraniano, acrescentando que o míssil que explodiu em território polaco foi disparado por um sistema de defesa de Kiev.

Já a Ucrânia afirmava que a explosão na Polónia fora causada por mísseis russos: "O que temos vindo a alertar há muito tempo aconteceu. O terror não se limita às nossas fronteiras nacionais. Os mísseis russos atingiram a Polónia", disse o Presidente ucraniano.

O Presidente dos EUA considerou que seria improvável que este míssil tivesse sido lançado a partir da Rússia: "Há informações preliminares que contestam isso. (…) "É improvável nas linhas da trajetória que tenha sido disparado da Rússia".

O incidente na Polónia está a ser investigado pela NATO, dado que ocorreu no território de um dos países da Aliança Atlântica. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Polónia confirmou, na terça-feira à noite, que um "projétil de fabrico russo" tinha atingido o território deste país da NATO junto à fronteira com a Ucrânia, causando a morte a duas pessoas.