O ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia confirmou que um míssil produzido pela Rússia atingiu a aldeia de Przewodów, perto da fronteira com a Ucrânia, pelas 15:40 (hora local, 14:40 em Lisboa). O Presidente da Polónia, Andrzej Duda, diz que não há provas definitivas de que míssil tenha sido disparado da Rússia.
Num discurso, Jacek Czaputowicz avançou ainda que já convocou o embaixador russo na Polónia para responder perante o incidente.
O primeiro-ministro polaco também já reagiu ao incidente. Depois de uma reunião de emergência com os elementos do Governo, Mateusz Morawiecki anunciou, numa declaração ao país, que vai aumentar monitorização no espaço aéreo. O primeiro-ministro apelou a todos os polacos que mantenham a calma.
Duas pessoas terão morrido devido à queda do míssil em território polaco. Para o local foram mobilizados vários membros da polícia, do Ministério Público e do exército.
A informação foi avançada pela rádio polaca ZET e, entretanto, confirmada uma fonte das secretas dos Estados Unidos, citada pela Associated Press.
O Presidente polaco esteve à conversa com o secretário-geral da NATO. O chefe do gabinete de Segurança Nacional diz que o país vai considerar aplicar o artigo 4.º da NATO.
A NATO também já anunciou que o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, vai realizar uma "reunião de emergência" com os embaixadores da Aliança Atlântica na quarta-feira.
Nas redes sociais estão a ser partilhadas imagens deste ataque na localidade polaca que fica a cerca de 10 quilómetros da Ucrânia. Um trator e um atrelado de transporte de cereais ficaram completamente destruídos.
Foi confirmado tratar-se de um míssil produzido pela Rússia, no entanto, pouco se sabe sobre as circunstâncias envolventes. Se se tratar de um ataque de Moscovo, esta será a primeira vez, desde o início da guerra, que é ultrapassada um limite estabelecido pela NATO.
O ministro da defesa da Letónia já comentou o incidente, cuja origem, sublinhe-se, ainda é desconhecida mas afirma desde já que se trata de uma ação da Rússia.
“As minhas condolências aos nossos irmãos polacos. O regime criminoso russo disparou mísseis que atingem não apenas civis ucranianos, mas também território da Nato na Polónia. A Letónia apoia os amigos polacos e condena este crime”
Após este incidente, o Conselho de Defesa da Hungria também reuniu de emergência em Budapeste. A informação foi revelada, há pouco, pelo secretário de Estado húngaro para as comunicações.
No twitter, Zoltan Kovacs confirma a queda de um míssil em território polaco e fala ainda de um corte no abastecimento de petróleo, através do oleoduto Druzhba, que entra no país através da fronteira nordeste, com a Ucrânia.
Em conferência de imprensa, o porta-voz do Pentágono, o general Pat Ryder esclareceu que neste momento não há provas suficientes sobre o que se terá passado na Polónia.
“Não quero especular quando se trata de compromissos de segurança e do Artigo 5.º da Nato”, afirmou.
O primeiro-ministro português também já comentou este incidente, pedindo cautela mas sublinhando que considera que deve ser evitado o uso de armas.
“É preciso aguardar pela confirmação da origem dos mísseis. Mas há algo sobre o qual não é preciso esperar: qualquer arma de guerra é letal, deve ser evitada, não deve ser utilizada. Aquilo que é necessário, como disse na semana passada o Presidente Zelensky, esta é a hora de se construir a paz. A Rússia não pode ganhar a guerra, mas ganhar a guerra significa construir a paz”, disse António Costa.
NATO reage à queda de mísseis na Polónia
Um funcionário da Aliança Atlântica disse à BBC que os relatórios estão a ser "analisados e coordenados de perto com a Polónia". A NATO aguarda as investigações preliminares da Polónia aos destroços e a análise de satélites ao final da tarde.
Artigo atualizado às 00:53 de 16/11/2022
