O Governo húngaro considerou esta quarta-feira que o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky forneceu "um mau exemplo" ao afirmar que o míssil que matou duas pessoas na terça-feira numa aldeia polaca junto à fronteira ucraniana era russo.
"Em semelhante situação, os dirigentes mundiais exprimem-se de forma responsável", declarou aos media Gergely Gulyas, chefe de gabinete do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.
"Ao acusar imediatamente os russos, errou, esteve mal", acrescentou, e congratulando-se pelo contrário com a atitude prudente da Polónia e dos Estados Unidos.
Varsóvia considerou "altamente provável" que se tratasse de um projétil antiaéreo ucraniano, ao referir-se a "um acidente infeliz", uma hipótese perfilhada pela NATO e a Casa Branca. No entanto, para Volodymyr Zelensky o míssil era "russo".
"O míssil não era nosso, sem qualquer dúvida", insistiu Zelensky no final de tarde de esta quarta-feira em mensagem televisiva.
O primeiro-ministro Viktor Orbán, que tenta manter relações de proximidade com o Kremlin, em particular devido ao fornecimento de energia, mantém relações tensas com Zelensky, apesar de ter denunciado a ofensiva russa na Ucrânia.
"A Rússia é a única responsável por esta guerra, sem guerra não haveria queda de mísseis da Polónia", argumentou Gulyas, fazendo eco das declarações sobre este incidente anteriormente emitidas pela NATO e pela administração norte-americana.