Guerra Rússia-Ucrânia

Putin reúne Conselho de Segurança enquanto Ocidente debate ajuda à Ucrânia

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin
Mikhail Klimentyev

O Presidente russo, Vladimir Putin, analisou esta sexta-feira com o seu Conselho de Segurança a situação da intervenção militar na Ucrânia, enquanto a NATO e países do Grupo de Contacto para a Ucrânia discutem a ajuda militar a Kiev.

O Presidente russo informou os membros do Conselho de Segurança das suas recentes conversas telefónicas com líderes estrangeiros, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

"Durante a reunião realizou-se uma troca de pontos de vista sobre a operação militar especial" [como o Kremlin sempre designa a intervenção na Ucrânia], referiu o representante da Presidência russa, sem especificar.

O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, "informou os participantes da sua visita ao estado-maior da operação no início da semana", e além disso "foram discutidas questões atuais na agenda social e económica", mencionou o porta-voz do Kremlin.

Reunião em Moscovo coincide com encontro do Grupo de Contacto para a Ucrânia

A reunião em Moscovo coincidiu com o encontro do Grupo de Contacto para a Ucrânia, composto por aliados ocidentais de Kiev, esta sexta-feira na base norte-americana em Ramstein, na Alemanha, focado focada em aumentar o apoio militar àquele país contra a Rússia.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse esperar "decisões fortes", como o envio de veículos blindados pesados, para ajudar o seu país nas batalhas que trava contra a Rússia.

Poucas horas antes desta reunião, Estados Unidos, Reino Unido, Suécia e Dinamarca anunciaram novas entregas substanciais de armas à Ucrânia.

A reunião conta com a presença do Secretário-Geral da NATO, Jens Stoltenberg, do Secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e do ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, bem como dos seus homólogos da Alemanha, Reino Unido e Polónia, entre outros altos representantes de dezenas de países.

Portugal quer enviar tanques para a Ucrânia, mas entrega depende da Alemanha

Vários países comprometeram-se com os novos pacotes de ajuda militar à Ucrânia. Portugal, por exemplo, ter-se-à comprometido com a entrega de alguns tanques, segundo avançou esta quinta-feira Zelensky, mas a entrega do equipamento está pendente por causa da hesitação alemã.

Loading...

Os tanques Leopard-2 são os mais eficazes do mundo e estão em vários países da aliança atlântica, incluindo Portugal. O objetivo é enviá-los para a Ucrânia, mas falta a luz verde da Alemanha, país onde foram fabricados.

O Presidente Zelensky critica a atitude da Alemanha.

"Para ser sincero, a Finlândia, Portugal, Espanha e muito outros países estão prontos para fornecer uma pequena quantidade de blindados, o número de blindados que têm. Estavam prontos para o fazer mais cedo. Estamos à espera de autorização".

A hesitação tem sido alvo de muitas críticas com países como a Polónia a ponderar a entrega dos carros de combate mesmo sem as licenças.

A insistência com os tanques está relacionado com o receio da Ucrânia que as semanas de inverno sejam usadas pelas forças russas para um reforço militar e uma nova ofensiva de larga escala.