O selecionador português de futebol diz, esta quarta-feira, ser "o homem certo para continuar à frente" da equipa, mas assume que sairá do cargo "pelo próprio pé" se Portugal for eliminado nos play-offs de apuramento para o Mundial 2022.
Em entrevista à TVI, Fernando Santos refere ter falado com o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, na terça-feira, e que ambos concluíram que o selecionador continua a ser o homem certo para o cargo.
"Ontem [terça-feira], conversámos sobre as nossas reflexões e entendemos ambos que eu sou o homem certo para continuar à frente da seleção e para a levar ao Mundial. Se ele também pensa assim, é um fator de confiança ainda maior", confessa.
O técnico diz não ter ponderado a saída da equipa das quinas, na sequência do desaire com os sérvios, uma vez que ainda não falhou qualquer objetivo desde que assumiu o comando da seleção, em 2014.
"Sempre definimos objetivos e, até agora, todos foram cumpridos, fomos sempre apurados. Não passámos de forma direta ao Mundial, mas esta não é a primeira vez que Portugal tem de disputar um play-off. Ainda não estamos eliminados", observa.
Contudo, deixou uma certeza, caso Portugal não ultrapasse os play-offs de qualificação para o Mundial, em março.
"Se não for apurado nos play-offs, sairei por minha iniciativa. No dia em que algum objetivo não for cumprido, nem haverá conversa. Saio pelo meu próprio pé. Há um compromisso assumido com Fernando Gomes. Enquanto formos cumprindo objetivos, vamos continuar juntos. No dia em que não cumprir, eu saio", salienta.
Ainda assim, o técnico mostra-se confiante no apuramento de Portugal para a fase final da competição, ainda que assuma que a qualidade do jogo luso "não tem sido a ideal" e que "tem havido muita oscilação exibicional desde 2018, desde a chegada da nova geração de jogadores, que têm características diferentes dos anteriores".
Fernando Santos elege o jogo com a Alemanha, no Euro 2020 (derrota por 4-2), como "o pior de todos" desde que é selecionador nacional, juntamente com o recente embate com a Sérvia.
Por outro lado, o técnico recusa que a sua ideia de jogo esteja ultrapassada e garante que "não há desgaste" na relação com os jogadores da seleção nacional.
"A minha relação pessoal e profissional com os jogadores é excelente. Tenho 34 anos de treinador, já passei por muitas coisas. Quando os jogadores não jogam assiduamente, há sempre alguma azia. Eu ficaria muito preocupado se os jogadores da seleção que não jogam com regularidade ficassem satisfeitos. A mensagem para os jogadores continua a passar", diz.
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