Ao sétimo Orçamento do Estado e pela primeira vez desde o nascimento da chamada geringonça, PCP e Bloco de Esquerda ameaçam votar contra se o documento ficar tal como está.
A pressão e os ultimatos à esquerda têm vindo a aumentar desde o início da atual legislatura, mas até agora todos os orçamentos acabaram aprovados no Parlamento.
Os ventos começaram a mudar na votação do Orçamento do Estado para 2020 quando, pela primeira vez, toda a esquerda opta pela abstenção.
Mas o grande sinal de alerta chega meses depois, quando o PCP vota contra o orçamento suplementar de resposta à pandemia. Na votação do orçamento para 2021, o PCP acaba por se abster e era a vez do Bloco fazer soar as sirenes. Pela primeira vez, o Bloco de Esquerda junta-se à direita e troca a chamada abstenção violenta pelo voto contra.
O Executivo mostra-se confiante de que não será ao sétimo orçamento que a corda rompe. O PCP e o Bloco de Esquerda exigem mais para poderem viabilizar o documento e o ministro das Finanças afirma que não vê razões para que o Orçamento seja chumbado. O Governo garante que está disponível para continuar a negociar o orçamento.
A negociação até à última e a disponibilidade de alterar o OE tem sido uma constante nos últimos anos. Mas, este ano, é a primeira vez que o Bloco de Esquerda e o PCP anunciam logo o sentido de voto contra a proposta do Governo. Sabem que o Governo tem margem para esticar mais um pouco, mas João Leão, ministro das Finanças, insiste que este é para o ser um Orçamento “de contas certas”.
A primeira meta de votação é no dia 27 de outubro. Depois, seguem 15 dias na especialidade, em que cada ponto do documento será votado pelos partidos.
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