O secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro afastou um cenário de demissão e garante que o Governo continua disponível para viabilizar o Orçamento do Estado até quarta-feira, dia da sua votação na generalidade.
O PS acusa os parceiros de empurrar o país para uma crise política. O Bloco de Esquerda diz que António Costa pode chegar a um acordo.
Se o Orçamento do Estado for chumbado, a demissão do primeiro-ministro não será um cenário a ser equacionado. A garantia foi dada pelo secretário de Estado Adjunto em entrevista no Polígrafo SIC.
“O Governo continuará a exercer as suas responsabilidades. Respeitaremos a decisão que o Presidente venha a tomar quanto à dissolução ou não da Assembleia da República. (…) Cenário de demissão podia causar limitações à gestão de financiamentos e de fundos, não queremos mais problemas em cima daqueles que já estão colocados com a não viabilização”.
Com o dedo apontado aos parceiros de esquerda, diz que o Executivo nunca esperou que pudessem provocar uma crise política que nunca foi desejável pelo PS.
Horas antes já o presidente do partido tinha usado o Facebook para acusar Bloco e PCP de "preferiram jogos de poder" e de procurarem "sempre uma agenda inaceitável e irrealizável no curto prazo".
Um impasse que, para o histórico socialista Manuel Alegre, não é mais do que a esquerda a derrubar a esquerda e a abrir caminho para a direita.
Entre acusações e dificuldades até agora inultrapassáveis, o cenário já está traçado pelo Presidente da República: em caso de chumbo, dissolve o Parlamento.
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