O Governo libanês exigiu hoje a prisão domiciliária a número indeterminado de responsáveis do porto de Beirute enquanto decorrer a investigação que procura determinar como 2.750 toneladas de nitrato de amónio puderam estar armazenadas durante anos no local.
Ao dirigir-se ao "supremo poder militar" encarregado das questões de segurança durante o período de duas semanas do estado de emergência em Beirute, o Governo exigiu "a prisão domiciliária de todas as pessoas" implicadas no armazenamento de amónio desde que a carga chegou à capital libanesa.
Numa conferência de imprensa, o ministro da Informação libanês, Manal Abdel Samad, não adiantou o nome dos responsáveis ou o respetivo número, nem avançou outros pormenores.
Relatos de "negligência"
A exigência do Governo libanês surge numa altura em que começam a surgir relatos de "negligência", o que permitiu as explosões que mataram pelo menos 113 pessoas e feriu cerca de 4.000.
Manal Abdel Samad indicou que já está em funções o "supremo poder militar" para garantir a segurança em Beirute.
Imagens satélite mostram o porto de Beirute a 4 de novembro de 2019 e a 5 de agosto de 2020, após as explosões
Russian space agency Roscosmos/Handout via REUTERS
Duas explosões provocaram pelo menos 113 mortos e mais de 4 mil feridos
Duas fortes explosões sucessivas sacudiram Beirute na terça-feira, causando 113 mortos e mais de 4.000 feridos, segundo o último balanço feito pelas autoridades libanesas.
Nitrato de amónio estará na origem das explosões
As violentas explosões deverão ter tido origem em materiais explosivos confiscados e armazenados há vários anos no porto da capital libanesas.
O primeiro-ministro libanês revelou que cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amónio estavam armazenadas no depósito do porto de Beirute que explodiu.
Relato das testemunhas das explosões
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