Um primeiro contacto do príncipe Harry com o irmão e o pai, após as alegações públicas de racismo na família real britânica contra a sua mulher, foi "improdutivo", revelou esta terça-feira fonte próxima.
A revelação foi feita, no programa televisivo matinal CBS This Morning, por Gayle King, apresentadora que é próxima de Harry e da sua mulher, a afro-americana Meghan Markle, que na entrevista da semana passada se queixou de ter sido vítima de racismo enquanto viveu junto com a família real britânica.
"Harry falou com o seu irmão e também com o seu pai. Disseram-me que essas conversas não foram produtivas, mas eles estão felizes por pelo menos terem iniciado esta conversa", disse King.
A apresentadora, que afirma ter conversado com o casal por telefone no final da semana passada, adiantou que os Duques de Sussex não ficaram satisfeitos com a resposta da Rainha Isabel II, que se comprometeu a tratar "em privado" do caso de alegado racismo levantado por Meghan.
"O que os magoa é que o Palácio continua a dizer que quer lidar com a questão em privado, enquanto continuam a ser publicadas histórias falsas que denigrem Meghan", disse a jornalista.
Meghan e Harry estão "frustrados" porque os seus comentários geraram um debate centrado no racismo dentro da família real "quando tudo o que eles queriam era que a coroa interviesse e dissesse à imprensa para parar com essas histórias falsas, imprecisas e injustas que são tingidas com o racismo", disse ela.
Os duques de Sussex "querem reconciliar-se" com a família real, mas esta "deve reconhecer que há problemas" e sem isso "será difícil seguir em frente", adiantou Gayle King.
A mulher do príncipe Harry, Meghan Markle, que tem origens afro-americanas, revelou numa entrevista televisiva que um membro da família real terá manifestado preocupação antes do nascimento do filho Archie sobre "quão escura" a pele da criança poderia ser.
Harry confirmou a informação, mas não identificou quem teria manifestado as preocupações.
A apresentadora de televisão norte-americana Oprah Winfrey clarificou mais tarde que a pessoa em causa não foi nem a Rainha Isabel II nem o marido, príncipe Filipe.
Na entrevista de duas horas, transmitida na estação CBS, Meghan Markle disse também que teve pensamentos suicidas, mas que lhe foi negada ajuda profissional para não afetar a reputação da família real.
Na mesma entrevista, Harry acusou a imprensa tablóide de ser "racista" e disse que o pai, o príncipe Carlos, deixou de lhe atender o telefone quando o casal manifestou a intenção de se afastar da família real, o que aconteceu na primavera de 2020, e ficou conhecido por "Megxit".
O Palácio de Buckingham reagiu apenas na terça-feira, garantindo que as alegações de racismo estão a ser "levadas muito a sério", mas que serão investigadas em privado.
"A família inteira fica triste ao saber de como os últimos anos foram difíceis para Harry e Meghan. As questões levantadas, principalmente as de racismo, são preocupantes. Embora as memórias [do que aconteceu] possam variar, são levadas muito a sério e serão tratadas pela família em privado", comenta em comunicado.
"Harry, Meghan e Archie sempre serão membros da família muito queridos", vincou no comunicado.
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