Subiu para 103 o número de mortos na sequência das cheias na Alemanha, segundo avança a AFP. Cerca de 1.300 pessoas continuam desaparecidas, o que poderá fazer aumentar o número de vítimas mortais nos próximos dias. No total, o mau tempo que atingiu a Europa central já fez 118 mortos.
Há regiões que sofreram uma devastação sem precedentes, devido à queda de chuva intensa e subida dos níveis dos rios. Em Rhineland-Palatinate, no oeste da Alemanha, o número de mortos subiu de 28 para 50 de quinta para sexta-feira, avança o Ministério do Interior à agência noticiosa.
Só nesta última região, as autoridades disseram que ainda não tinham notícias de 1.300 pessoas que vivem no cantão mais atingido, Bad Neuenahr-Ahrweiler. No entanto, um porta-voz citado pela jornal Bild atribuiu este número à inexistência de comunicações da rede telefónica, que está a impedir o contacto com muitos residentes.
"Continuamos a contar com 40, 50 ou 60 pessoas desaparecidas e quando se tem pessoas de quem não se tem notícias há tanto tempo (...) é preciso temer o pior", disse o Ministro do Interior, Roger Lewentz, à televisão SWR. Também a Chanceler alemã Angela Merkel já prometeu apoio às vítimas.
José Santos, um português a viver na Alemanha, conta como foi resgatado pelas autoridades. “Hoje de madrugada, às 03:00 estava eu descansado a dormir quando os bombeiros vêm ao meu prédio e começam a fazer muito barulho e acordar as pessoas”, explica acrescentando que “quando nos demos conta da situação estávamos no meio do rio”.
Espera-se que continue a chover em partes da Alemanha ocidental e o nível do rio Reno e de vários dos seus afluentes está a subir perigosamente.
Mil soldados foram mobilizados para ajudar nas operações de resgate e limpeza das cidades e aldeias, que oferecem todos o mesmo espetáculo desolador: ruas e casas debaixo de água, carros virados, árvores arrancadas.
Em Ahrweiler, várias casas desmoronaram-se literalmente. Debaixo dos escombros, a cidade parece ter sido atingida por um tsunami, descreve um jornalista da AFP.
Euskirchen, um pouco mais a norte, é provavelmente uma das cidades mais afetadas, com pelo menos 20 mortes registadas. O centro da cidade parece um campo de ruínas, com as fachadas das casas literalmente arrancadas pelas cheias.
Além disso, uma barragem próxima está em risco de rotura.
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