Mundo

Opinião

As eleições na Alemanha e uma nova Guerra Fria "não assumida por ninguém"

Germano Almeida faz uma análise à atualidade internacional.

Loading...

As eleições alemãs deram a vitória ao SPD, mas as negociações para formar Governo podem demorar ainda algumas semanas. Germano Almeida, comentador SIC, faz uma análise aos resultados e às possíveis coligações.

“As eleições, como se esperava, mostraram uma grande divisão e uma grande dispersão de votos. O SPD foi o mais votado, mas com uma diferença de 1,5% em relação à CDU”, disse em entrevista à Edição da Manhã da SIC Notícias.

A despedida de Angela Merkel, que abandona o cargo de Chanceler depois de 16 anos, ainda deverá demorar algumas semanas ou até meses. O líder do SPD afirmou que a Alemanha terá um novo Governo antes do Natal. Até lá, os vários partidos podem negociar uma forma de ter maioria no Bundestag.

“Sendo os mais votados, os sociais-democratas têm a bola no seu poder, podem formar Governo. Mas é verdade, também, que, embora com os Verdes haja uma grande proximidade ideológica nas questões essenciais, com os Liberais poderá haver ao nível da ideia de Europa - mas a nível fiscal há muitas diferenças”, analisa o comentador.

Germano Almeida considera que “não está completamente afastada a continuidade do Governo da CDU”, mas reconhece que, “neste momento, é o [cenário] menos provável”. Duvida ainda que o novo Chanceler que assuma a liderança da Alemanha venha a ter uma estabilidade tão forte como a que teve Merkel.

► Uma nova Guerra Fria "não assumida por ninguém"

Outro assunto abordado por Germano Almeida foi a Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU). O comentador da SIC considera que este encontro marca uma “espécie de nova Guerra Fria” entre os Estados Unidos e a China, que “não é assumida por ninguém, mas por todos sentida”.

“A força central da política externa de Biden é fazer tudo para conter a ascensão da China. Olhando para o mapa, o que vemos é que o mar do sul da China é o novo foco geoestratégico norte-americano”, explica.

Germano Almeida considera que a aliança feita entre os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália tem como objetivo “conter a ameaça da China a países como as Filipinas, o Vietname, o Brunei e muitos outros países da região”. Avança ainda que o Japão, com que os EUA já têm relações, poderá ser um país estratégico neste objetivo de Biden.

► Veja mais: