Há redes criminosas associadas a empresas de prestação de serviços que atuam na captação e exploração de imigrantes da Ásia e norte de África, para trabalhos agrícolas no concelho de Odemira.
Um ex-trabalhador português denunciou à SIC casos de tráfico humano, extorsão e agressões, entre outras situações menos claras.
O esquema é tentacular, criminoso e mantém sem saída centenas de pessoas.
Em busca de uma vida melhor, homens e mulheres vêm ao engodo de um trabalho pago, casa, tranquilidade e paz europeia. Acabam na mão de quem os trouxe.
Entretanto, o esquema evoluiu e o dinheiro recebido é enviado para o pais de origem e o pagamento aos intermediários feito de lá. A rede está montada e alimenta em muitas frentes.
As vítimas trabalham, descontam, entregam parte do salário e permanecem em péssimas condições, que também pagam. Como o dinheiro não chega, são convidados a comprar fiado nas lojas asiáticas ou africanas e, no fim, são cobrados juros
O esquema tem na mira trabalhadores migrantes oriundos da Ásia e norte de África. A maioria vem do Nepal, da Índia e da Tailândia.
Polícia Judiciária investiga várias queixas de tráfico de pessoas em Odemira
As questões sanitárias em Odemira puseram a descoberto um problema que dura há anos e que está relacionado com a legalidade do fluxo de migrantes para trabalhos agrícolas no concelho.
A situação vai além da insalubridade habitacional. A Polícia Judiciária está a investigar várias queixas de tráfico de pessoas. Há redes que envolvem trabalhadores imigrantes alegadamente explorados e enganados.
A confirmarem-se estas suspeitas, constituem uma violação grave dos direitos humanos.