No caso EDP, Manuel Pinho foi esta quinta-feira confrontado com mais de 600 novos factos por parte do Ministério Público. O antigo ministro da Economia tinha sido chamado para prestar declarações, mas pediu tempo para analisar as novas provas agora apresentadas pela investigação.
O despacho de indiciação tem agora mais de 100 páginas e 600 novos artigos.
Nove anos depois do arranque da investigação, continuam a chegar ao processo novos factos, numa altura em que o inquérito se aproxima do fim.
Suspeito de corrupção, branqueamento de capitais, participação económica em negócio e prevaricação num processo relacionado com o Grupo Espírito Santo, Manuel Pinho terá recebido luvas de mais de quatro milhões de euros através de quatro offshores, em troca de alegadas decisões que terão favorecido a EDP e o GES.
Parte desse valor terá sido pago a um ritmo de 15 mil euros por mês, através de uma sociedade com sede nas Ilhas Virgens Britânicas.
O nome do antigo ministro da Economia consta de resto da lista de políticos envolvidos em ocultação de fortunas em paraísos fiscais, segundo a nova investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas, Pandora Papers, da qual faz parte o semanário Expresso.
Para esta quinta-feira, os procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal tinham agendado também o interrogatório a Alexandra Pinho, mas a mulher do antigo ministro justificou a ausência com problemas de saúde.
Especial Pandora Papers
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