A SIC ouviu os especialistas que fizeram as perícias ao carro onde seguia o ex-ministro da Administração Interna, Eduardo cabrita, e que atropelou mortalmente um trabalhador. Explicam como é que conseguiram chegar à velocidade de 163 quilómetros por hora.
“Considero que, na altura do atropelamento, ele já estaria a começar a travar. Temos também o final da travagem, que é o local onde o carro foi imobilizado. A partir dessa distância, consigo calcular, pelo atrito, a velocidade do automóvel”, explica Jorge Martins, do departamento de Engenharia Mecânica da Universidade do Minho.
“Se o veículo viesse a uma velocidade inferior, daria mais tempo e mais possibilidade de efetuar uma correção”, afirma Lúcio Machado, do mesmo departamento.
Segundo o Ministério Público, o motorista do ministro conduzia a viatura a "cerca de 163" quilómetros/hora, ultrapassando, "em mais de 40" quilómetros/hora, o máximo legalmente estipulado para a circulação em autoestradas.
No despacho de acusação, o MP afirma "nada justificou a opção de condução pela via da esquerda", uma vez que "não existiu intensidade de trânsito", nem o motorista "pretendeu ultrapassar viaturas que circulassem à sua frente".
Para o MP, Marco Pontes "agiu com total inobservância das precauções exigidas pela mais elementar prudência e cuidados impostos pela regras de condução" necessárias a uma circulação rodoviária segura.
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